ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 10.05.1999.
Aos dez dias do mês de maio
do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio
Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Fernando Záchia,
Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Dib, João Motta, Maristela Maffei,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Renato Guimarães. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Décio
Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Helena Bonumá, Isaac Ainhorn, João
Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann,
Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Sonia Saraí, Tereza
Franco e Gilberto Batista. Constatada a existência de "quorum", o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão e foram
aprovadas a Ata da Nona Sessão Solene e as Atas da Vigésima Sétima, Vigésima
Oitava e Vigésima Nona Sessões Ordinárias. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Cláudio Sebenelo, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Elói
Guimarães, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Hélio Corbellini, o
Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 15/99 (Processo nº
813/99); pelo Vereador Luiz Braz, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador
Paulo Brum, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº 66/99
(Processo nº 1457/99). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 01/99, do Senhor
Antonio José Martins de Almeida, Secretário de Controle Externo no Estado/RS do
Tribunal de Contas da União; 13/99, do Senhor João Luiz Vargas, Presidente da
Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul; 618/99, do Senhor Gilberto Chiapinotto, Superintendente de
Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; s/nº, da União dos Vereadores do Rio
Grande do Sul. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, aos Senhores Eduino de Mattos e Eva Inês Poliana dos Santos,
representantes da Associação Comunitária Geraldo Santana e Ana Carvalho, que
discorreram a respeito de Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, em tramitação
neste Legislativo, o qual visa normatizar o Programa de Orçamento Participativo
implantado em Porto Alegre, defendendo a manutenção da atual sistemática de
funcionamento deste Programa. Na oportunidade, o Vereador Antônio Losada
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
fossem distribuídas aos Senhores Vereadores cópias do pronunciamento da Senhora
Eva Inês Poliana dos Santos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib analisou
dados relativos ao funcionamento do Programa de Orçamento Participativo no
Município de Porto Alegre, comparando o trabalho realizado por integrantes do
Partido dos Trabalhadores e de outros partidos políticos à frente do Executivo
Municipal. Ainda, criticou o atraso na execução de diversas obras públicas
destinadas à melhoria na circulação viária de Porto Alegre. O Vereador Luiz
Braz, reportando-se ao pronunciamento do Vereador João Dib, manifestou seu
apoio ao Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, defendendo a normatização do
Programa de Orçamento Participativo implantado em Porto Alegre, bem como a
adoção de uma estrutura que impeça a vinculação deste Programa ao Executivo
Municipal. Também, teceu críticas à Prefeitura Municipal pelo não cumprimento
de rubricas orçamentárias aprovadas por este Legislativo. O Vereador Isaac
Ainhorn destacou a importância do debate realizado na Casa, com relação ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, que visa normatizar o Programa de
Orçamento Participativo existente em Porto Alegre, salientando que a
regulamentação deste instrumento através de lei garantirá a sua independência
do grupo político que eventualmente esteja ocupando o Poder Executivo e
viabilizará o pleno exercício da cidadania através da democracia participativa.
O Vereador Guilherme Barbosa, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Isaac
Ainhorn, afirmou que as idéias defendidas por Sua Excelência não estão
fielmente refletidas no teor do Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99 e
declarou que este Projeto não pode ser aprovado por ser inconstitucional.
Também, registrou a realização, dia treze de maio do corrente, de manifestação
intitulada "Segunda Marcha a Brasília", em favor da alteração na
política orçamentária da União. Na oportunidade, o Vereador João Dib formulou
Requerimento verbal, solicitando a formação de uma Comissão Especial destinada
a fiscalizar a situação e a execução das obras listadas no Orçamento
Participativo referentes aos últimos quatro anos, tendo o Senhor Presidente
determinado que tal Requerimento fosse formalizado por escrito. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Hélio Corbellini manifestou a posição do PSB com relação
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, defendendo a manutenção da autonomia
dos movimentos comunitários na atuação junto ao Programa de Orçamento
Participativo implantado em Porto Alegre. Ainda, mencionou aspectos inerentes
às atuais condições de funcionamento deste Programa, declarando que o Projeto
de Lei do Legislativo nº 30/99 limita a capacidade de auto-regulamentação do
Orçamento Participativo. O Vereador Antonio Hohlfeldt teceu considerações a
respeito das origens históricas da democracia participativa, expressas através
da alteração proporcionada pela Constituição Federal vigente quanto a
instituições jurídicas. Comentou experiências similares ao Programa de
Orçamento Participativo implantado em Porto Alegre, realizadas em diversas
localidades do País, defendendo a institucionalização e a normatização deste
Programa na Cidade. O Vereador Fernando Záchia discorreu a respeito do grande
número de autuações realizadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação
- EPTC, através de sistemas eletrônicos de controle de velocidade e de tráfego,
ressaltando que a utilização destes equipamentos deveria ter sido precedida de
uma ampla campanha de informação e conscientização da população de Porto Alegre
sobre o assunto. Também, mencionou problemas técnicos verificados em tais
equipamentos, que geraram notificações a motoristas por motivos que não
correspondiam à realidade. Na ocasião, face Questão de Ordem formulada pelo
Vereador Renato Guimarães, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos a
respeito dos procedimentos e da ordem de inscrição dos Senhores Vereadores para
a discussão da Pauta, tendo os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Pedro Américo Leal
e Cláudio Sebenelo manifestado-se a respeito. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 2ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 21/97, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 35 e 38/99, este
discutido pelos Vereadores Renato Guimarães, Clênia Maranhão e Cláudio
Sebenelo, o Projeto de Lei do Executivo nº 05/99, discutido pelos Vereadores
Renato Guimarães, João Dib, Clênia Maranhão e Antônio Losada, os Projetos de
Resolução nºs 19 e 21/99; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 16/99. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso, dia oito de maio do
corrente, do aniversário do Vereador Paulo Brum. Também, foi apregoado o Ofício
nº 238/99 (Processo nº 1566/99), do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre,
informando que Sua Excelência ausentar-se-á do Município no dia doze de maio do
corrente, a fim de assinar contrato de financiamento com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, na cidade do Rio de Janeiro/RJ. A
seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO
DIA e aprovado requerimento verbal da Vereadora Sônia Santos, adendado pelo
Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante
na Ordem do Dia, por treze votos SIM e doze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Isaac Ainhorn, tendo votado Sim os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn,
João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e Não os Vereadores Adeli Sell,
Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
João Bosco Vaz, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Renato
Guimarães e Sonia Saraí. Na ocasião, os Vereadores Guilherme Barbosa e Luiz
Braz manifestaram-se a respeito deste Requerimento. Foi aprovado o Requerimento
nº 112/99 (Processo nº 1567/99 - Sessão Solene destinada a homenagear os sessenta
e cinco anos do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio
Grande do Sul - CREA/RS), de autoria da Vereadora Sônia Santos. Foi aprovado
Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando renovação de votação, nos
termos do artigo 196 do Regimento, para o Requerimento nº 108/99 (Processo nº
1505/99), por vinte e um votos SIM e onze votos NÃO, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Adeli Sell, Luiz Braz, Pedro Américo Leal, Cláudio
Sebenelo e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador Renato
Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães,
Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos
Nedel, João Dib, João Motta, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto Batista e
Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren,
Helena Bonumá, João Bosco Vaz, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann,
Renato Guimarães e Sonia Saraí. Na ocasião, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do encaminhamento a ser dado à renovação da votação do
Requerimento nº 108/99, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Luiz
Braz. Também, os trabalhos estiveram suspensos das dezesseis horas e vinte e
seis minutos às dezesseis horas e trinta e dois minutos, conforme Requerimento
verbal do Vereador Guilherme Barbosa, deferido pelo Senhor Presidente, de
suspensão dos trabalhos para distribuição aos Senhores Vereadores de cópias de
documento encaminhado pelo Senhor Prefeito Municipal à Presidência da Casa,
esclarecendo seu posicionamento quanto ao tema do Requerimento nº 108/99, do
Vereador Luiz Braz, tendo o Vereador João Dib manifestado-se a respeito. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal dos Vereadores Sonia Saraí e Guilherme
Barbosa, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na
Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do
Executivo nº 16/95 que, após ser discutido pelo Vereador João Dib, teve sua
discussão adiada por duas Sessões, face Requerimento, aprovado, do Vereador
Guilherme Barbosa. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador João Dib, solicitando
que a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 23/97 seja
dispensada do envio para apreciação de Comissões Permanentes. Também, com
relação a este Projeto, foi apregoado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a votação em destaque da expressão
“ou escultura”, constante na ementa e no texto do “caput” do artigo 1º. Em
Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
23/97, com ressalva do Destaque e da Emenda nº 01 a ele aposta, após ter sido
encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Elói Guimarães, João
Dib e Reginaldo Pujol. A seguir, foi votada destacadamente e rejeitada a
expressão "ou escultura", constante na ementa e no “caput” do artigo
1º do Projeto de Lei do Legislativo nº 23/97, por seis votos SIM e vinte e um
votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, tendo
votado Sim os Vereadores Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia,
José Valdir, Juarez Pinheiro e Sonia Saraí e Não os Vereadores Adeli Sell, Cyro
Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib,
João Motta, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro Américo Leal,
Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Tereza Franco e Gilberto
Batista. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 23/97. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto
de Lei do Legislativo nº 08/99 e o Projeto de Lei do Executivo nº 03/99. Em
prosseguimento, foi apregoado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt,
deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque da expressão
"e manutenção", constante no parágrafo único do artigo primeiro do
Projeto de Lei do Legislativo nº 16/99. Em Discussão Geral e Votação, foi
apregoado o Projeto de Lei do Legislativo nº 16/99, que teve sua discussão
adiada por uma Sessão, face Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Luiz
Braz. Após, foi apregoada a Emenda nº 17, de autoria do Vereador Carlos Alberto
Garcia, ao Projeto de Resolução nº 32/97 (Processo nº 3176/97). Também, com
relação a este Projeto, foram apregoados Requerimentos de autoria dos
Vereadores Antonio Hohlfeldt e Guilherme Barbosa, deferidos pelo Senhor
Presidente, solicitando, respectivamente, destaques para a votação da Emenda nº
01 e para a votação da Emenda nº 06 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 06. Na
ocasião, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da apresentação de
Emendas ao Projeto de Resolução nº 32/97 e sobre o encaminhamento a ser dado à
votação deste Projeto, face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores
Guilherme Barbosa, Antonio Hohlfeldt, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal, Luiz
Braz e Carlos Alberto Garcia. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de
Resolução nº 32/97, que, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador
Guilherme Barbosa, teve sua votação adiada por duas Sessões. Na oportunidade, o
Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Antônio Sidnei Costa, da
Câmara Municipal de Santa Maria/RS, e prestou esclarecimentos quanto à votação
do Projeto de Resolução nº 40/98, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador
Pedro Américo Leal. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de
Resolução nº 40/98, discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João Dib, Cláudio
Sebenelo, Renato Guimarães, Juarez Pinheiro, Cyro Martini e Reginaldo Pujol. Na
ocasião, foram apregoados Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa, deferido pelo
Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 01 ao
Projeto de Resolução nº 40/98, e o Ofício nº 239/99, do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, comunicando que o Vice-Prefeito José Fortunati
ausentar-se-á do Município, a partir das vinte horas e trinta minutos do dia
onze até o dia treze de maio do corrente, quando estará representando o
Prefeito Municipal no Encontro Nacional de Municípios, em Brasília/DF. Ainda,
foi aprovada a prorrogação da presente Sessão, nos termos regimentais, por nove
votos SIM e sete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Antônio
Losada, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro
Martini, Guilherme Barbosa, João Bosco Vaz, João Motta, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz e Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Helena Bonumá, João Dib e Pedro
Américo Leal. Às dezoito horas e dezessete minutos, constatada a inexistência
de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a 1ª Sessão Extraordinária, a ser
realizada na próxima quarta-feira, às nove horas. Os trabalhos foram presididos
pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Adeli Sell e
secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Paulo Brum, este como Secretário
"ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Passamos à
O Sr. Eduino de Mattos,
representando a Associação Comunitária Geraldo Santana e Ana Carvalho, está com
a palavra, pelo tempo de 5 minutos, sendo que nos outros 5 minutos falará a
Sra. Eva Inês.
O
SR. EDUINO MATTOS: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores e demais presentes, através da entidade que
representamos, pedimos esta tribuna para falar do Orçamento Participativo,
porque nós não concordamos com a regulamentação do mesmo. Eu não estou
representando só a minha comunidade, mas todos os companheiros da Cidade de
Porto Alegre, que são as bases dos nossos representantes que estão nesta Casa.
Quero dizer claramente que as bases não concordam com o Projeto que aí está
para ser votado. Eu quero, a partir daí, fazer uma pequena leitura de um
histórico e as mudanças que o Orçamento Participativo causou na nossa querida
Cidade de Porto Alegre. (Lê.)
“Reivindicações de mais de
trinta anos das comunidades foram atendidas, por exemplo: no grande Partenon,
na Rua Santo Alfredo, Volta da Cobra, etc. A mudança de cultura que causou na
Cidade: antes nós tínhamos favoritismo, clientelismo, enfim, era tudo
manobrado, mas hoje essa cultura mudou. O resgate da cidadania: o cidadão
porto-alegrense hoje não faz pedidos, ele exige seus direitos. Inversão de
prioridades: onde antes eram atendidas só as áreas de classe média e alta, hoje
a periferia até então desassistida tem voz e vez. Qualidade de vida: hoje é
palpável em todo o contexto da Cidade, onde pobres e ricos podem usufruir da
qualidade de vida que aí está. Participação: é um processo que hoje todos os
segmentos sociais participam, sendo consolidado”.
Vou fazer uma pequena
leitura de um trecho da Lei Orgânica que esta Casa elaborou e que deve ser cumprida.
No Capítulo 3º, art. 116, parágrafo 1º, diz o seguinte: “Fica garantida a
participação da comunidade, a partir das regiões do Município, nas etapas de
elaboração, definição e acompanhamento da execução do Plano Plurianual, de
Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual”.
Os Exmos. Vereadores desta
Casa e a seriedade que ela representa para os porto-alegrenses, diz que eles
são os legítimos representantes do povo de Porto Alegre. Nós não aceitamos um
Projeto eleitoreiro e oportunista com os vícios de origem que conhecemos. O
Orçamento Participativo deve ser melhorado. Deve haver mais recurso
orçamentário com a ajuda deste Legislativo. Isso é o que nós queremos, é não
votar um Projeto que é um retrocesso na conjuntura atual da nossa Cidade.
Esta Casa, pela sua
seriedade, não deve votar esse projeto que representa um retrocesso em tudo o
que temos em Porto Alegre hoje e na nossa qualidade de vida. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila):
Conforme havíamos combinado, a Sra. Eva Inês Poliana dos Santos está com a
palavra nos próximos cinco minutos.
A
SRA. EVA INÊS: Senhor
Presidente e Senhores Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) É com muito
orgulho que, hoje, subo a esta tribuna, mais uma vez, para defender o nosso
Orçamento Participativo. Nós, das regiões pobres, carentes de obras, não
podemos ficar calados enquanto querem mudar a única coisa que temos de voz viva
que é o Orçamento Participativo. Com muito orgulho, estou aqui defendendo uma
coisa que é nossa, nós que somos das vilas pobres sabemos que, muitas vezes,
ficamos jogados anos e anos e ninguém vai lá saber se necessitamos de alguma
coisa. O Orçamento Participativo para muitos não pode ter valor mesmo, mas para
nós, das vilas carentes, dos bairros, que, muitas vezes, levantamos pela manhã
com o despejo, o Orçamento Participativo resolve a nossa situação. Sou pobre,
sou humilde, muitos até podem me chamar de analfabeta, mas eu entendo o
Orçamento Participativo como uma obra prioritária para as comunidades carentes
e necessitadas. É por isso que, hoje, estou aqui, não criticando ninguém, mas
pedindo que não mudem o Orçamento Participativo.
Senhores Vereadores, o
Orçamento Participativo não é tirar o direito dos Vereadores, mas sim ajudá-los
a ver as necessidades das vilas, quando as pessoas são despejadas, quais os
buracos que devem ser tapados, ou uma vila que está dentro de um valo, como já
teve no Humaitá-Navegantes.
Estou falando, aqui, em nome
dos Conselheiros do Orçamento Participativo, das nossas vilas carentes e
necessitadas. Pedimos o nosso Orçamento Participativo, ele é uma lição de vida
para muita gente que não sabia o que era pedir, exigir, criticar e ser
criticado, como muitas vezes somos. É muito fácil alguém dizer que aquela rua
ou aquela vila precisa ou não precisa de algo, porque, como dizem, nós, que
moramos na aldeia, conhecemos os caboclos. É ali que somos picados todos os
dias pela necessidade. É ali que, muitas vezes, levantamos com alguém batendo a
nossa porta e dizendo que não tem onde morar. Hoje eu fiquei lá, não fui
trabalhar, porque a água bateu em meia perna e não pude sair. Vão lá sentir o
que sentimos em nossas vilas populares, vão sentir o que sentimos nas áreas
verdes. É ali que estou defendendo o Orçamento Participativo, e faz oito anos
que participo. Deus ajude que não mude, que continue um projeto livre e
popular, pois ali podemos dizer quem faz alguma coisa. Antigamente as nossas
comunidades não sabiam quem era o Prefeito e os Vereadores. Agradecemos ao
Orçamento Participativo por sabermos o valor que tem um Vereador, o valor que
tem o Prefeito. É por isso que estamos pedindo e implorando para que deixem o
Orçamento Participativo como está, precisamos participar, precisamos de obras.
Se pedirmos cem e ganharmos dez, é o que podemos ganhar. E ali as comunidades
vão entendendo, vão esperando e não criticam tanto aquele que faz ou não as
coisas. Deixem o Orçamento como está! Nós queremos defender a comunidade, as
nossas lideranças, o nosso conselho do Orçamento, e estamos de mãos dadas para
que o Orçamento Participativo seja cada vez mais uma conquista. Uma vitória
conquistada pela cidadania! É direito do cidadão dizer o que precisa e o que
quer. Não cortem isso do povo, pois ele precisa mais e mais participar. É ali
que saberemos quem é o democrático, quem é o participante e quem é o que está
atuando nas lideranças comunitárias. Peço mais uma vez para que olhem com
franqueza, com clareza e, aqueles que tem algo contra o Orçamento
Participativo, examinem, vamos para a reunião, vamos lá sujar o pezinho de
barro, assim como fazemos quase todos os dias, participando, pedindo e, às
vezes, muitos virando às costas para nós, dizendo que isso não é leal. É sim, é
uma maneira de o povo se manifestar. Não tirem isso do cidadão. Peço, mais uma
vez, Srs. Vereadores, tenham compaixão. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisto
pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: Gostaria
de dizer aos nossos assistentes que, por força do nosso Regimento, são
proibidas as manifestações. Embora o prazer que a Câmara tenha e nós também,
como Vereadores, que o nosso povo, os nossos munícipes estejam aqui conosco,
lamentavelmente o nosso Regimento é lei e proíbe manifestações. Então, eu
pediria que os Senhores ouvissem em silêncio os oradores, mesmo concordando ou
discordando das opiniões dos oradores na tribuna. Muito obrigado.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA (Requerimento): Nós
queríamos solicitar que os dados taquigráficos do pronunciamento da Líder
Comunitária Eva Inês fossem distribuídos a todos os Vereadores.
O
SR. PRESIDENTE: Sim,
Vereador, só temos que aguardar o tempo regimental, para a distribuição.
O Ver. João Dib está com a
palavra, para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Quem ouvisse as duas personalidades que me
antecederam, e não conhecesse Porto Alegre, diria que Porto Alegre começou há
10 anos e 4 meses atrás. Que, antes de Porto Alegre ser administrada pelo
Partido dos Trabalhadores, a Prefeitura não existia.
É tudo um arranjo, uma
orquestra bem sintonizada, bem dirigida, para agredir o Legislativo. É o que
acontece, a partir do Partido dos Trabalhadores, na Administração Prefeitoral.
Todos que se elegem Prefeito, Governador, Presidente da República têm as mesma
intenções, têm as mesmas obrigações: habitar, trabalhar, recrear, circular.
Fora isso, não há mais nada. Claro, aí coloco saúde, saneamento, educação, mas
está tudo dentro daquilo a que o homem tem direito e que todos os que se elegem
pretendem fazer com que aconteça. Toda uma população que elegeu um Prefeito
está esperando habitação, saúde, saneamento, educação, circulação. Ele prometeu
implicitamente, jurou que faria isso, porque é regra da vida humana, o Governo
se faz nessas condições.
Ouço, com tranqüilidade, que
antes do Partido dos Trabalhadores, a Prefeitura não existia. Pergunto a todos
que aqui defendem o Partido dos Trabalhadores e o Sr. Prefeito quantas vezes
conseguiram uma audiência com o Prefeito Municipal de Porto Alegre? Ou com um
Secretário do Município? Pergunto, e olho para cada um daqueles que aí estão,
quantas vezes viram Prefeitos, antes do PT, Secretários, antes do PT, nas vilas
e ruas de nossa Cidade? Ver. Guilherme Barbosa, V. Exa., como Diretor do DMAE,
também não recebia. Digo com tranqüilidade, Ver. Guilherme Barbosa. Assinamos,
aqui, um pedido de audiência, em seis Líderes de Bancada, com o Prefeito Olívio
Dutra e estamos esperando até hoje. Com o Prefeito Tarso Genro, solicitei uma
audiência e estou esperando até hoje. Não ironize, não tente me desviar - já me
desviou - mas eles não atendem.
Imaginem a Cidade de Porto
Alegre se os Prefeitos não tivessem a responsabilidade, a competência e a
seriedade de encaminhar os problemas desta Cidade e não tivessem feito as obras
que Thompson Flores fez - posso citar uma dezena delas, mas ficaria só com o
complexo da Conceição. Imaginem se Guilherme Socias Villela não tivesse feito
todas as obras que fez, mas só fico com os corredores de transporte. O que
seria desta Cidade? Vamos dizer que não regularizamos vilas, não regularizamos
habitações, não criamos habitações? Não, nós fizemos sim. Tínhamos muito mais
sensibilidade, muito mais competência, muito mais seriedade. Um homem público
deve ter sensibilidade e capacidade de resposta. Portanto, não posso ouvir
tranqüilamente - eu, que fui Prefeito desta Cidade - que antes ninguém sabia
quem era o Prefeito. Eu não posso ouvir! O Prefeito concedia audiências, o
Prefeito atendia à coletividade, o Prefeito participava em associações de
bairro, e as obras aconteceram, permitindo que esta Cidade continuasse andando,
apesar de dez anos sem que grandes obras tenham sido realizadas. Porque o
Prefeito se elege sabendo que há um Plano Diretor, e ele tem que colocar em
funcionamento as obras daquele Plano Diretor. As perimetrais estão paradas há
exatamente dez anos, quatro meses e dez dias. Não fizeram um milímetro das
perimetrais. E as perimetrais, Srs. Vereadores, interessam a toda coletividade,
inclusive àqueles que aqui criticam. Mas, de qualquer forma, estamos aí para
continuar ajudando até o Orçamento Participativo, que ninguém tem nada contra
nesta Casa, temos tudo contra a forma como ele é feito. Muito obrigado. Saúde e
paz!
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo Partido
Trabalhista Brasileiro.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é uma honra sempre receber representantes da
sociedade, as pessoas que são do povo, aqui nesta Casa, a Casa do Povo de Porto
Alegre. Estava ouvindo a intervenção do Ver. João Dib, e ele fazia uma
afirmação no final da sua fala, dizendo que aqui nesta Casa ninguém tem nada
contra o Orçamento Participativo, e sim contra a forma de utilização do
Orçamento Participativo.
O Ver. João Dib estava cheio
de razão, porque o que nós não queremos é que esses movimentos populares possam
ser utilizados apenas como massa de manobra do Executivo. O que nós não
queremos é que esse instrumento chamado Orçamento Participativo seja utilizado
a cabresto, que esteja a cabresto do Executivo. O Executivo é quem domina as
reuniões do Orçamento Participativo. Pela primeira vez, na história de Porto
Alegre, o que nós temos é o movimento comunitário atrelado ao Executivo,
tirando a autonomia do movimento comunitário. Aquilo que se pregava,
anteriormente, de que todos nós queríamos o fortalecimento do movimento
comunitário, tudo isso foi para o brejo. O que temos, hoje, entre essas pessoas
que aqui comparecem, e entre muitos segmentos do Orçamento Participativo, são
pessoas pagas pelo Partido dos Trabalhadores, pessoas que ... (Tumulto em
Plenário.)
O
SR. PRESIDENTE: Eu já
havia pedido, gentilmente e educadamente, às galerias, para que não se
manifestassem nem contra nem a favor do orador que está na tribuna, porque isso
não é permitido pelo nosso Regimento. Estou sendo gentil, e digo aos nossos
munícipes que é uma satisfação tê-los aqui, agora, se houver abuso, não terei
nenhuma dúvida em mandar evacuar as galerias. Primeiramente, falo com
gentileza, cavalheirismo e com educação, mas se não houver reciprocidade, vou
aplicar o Regimento. Podem concordar, podem discordar, mas, porque é por
disposição regimental, devem-se manter em silêncio, pois, caso contrário, terei
que aplicar o Regimento.
Ver. Luiz Braz, o seu tempo
será descontado.
O
SR. LUIZ BRAZ: Eu estava
dizendo que vislumbro, entre as pessoas que integram, hoje, o Orçamento
Participativo, vários assessores vinculados à Bancada Petista, ao Partido dos
Trabalhadores, que são regiamente pagos e que fazem o movimento do chamado
Orçamento Participativo funcionar. Tanto é que, no âmbito estadual, duas
dezenas de assessores petistas, regiamente pagos, foram indicados para poder
liderar nas regiões. Tudo pago com o dinheiro do contribuinte.
E agora eu faço uma pergunta
aos senhores que vieram aqui, e que eu espero que voltem a esta Casa muitas
vezes. Em 1997, esta Casa aprovou 22 milhões de reais para a construção de
casas, para que o DEMHAB naquele ano pudesse ser exaltado como órgão de
preferência dentro do orçamento. As casas que são construídas pelo DEMHAB são
aqueles módulos e eu tenho certeza absoluta que para a construção daqueles
módulos não se gastam muito mais do que dois mil reais. Então, eu pergunto para
V. Exas.: casas daquele tipo, construídas pelo DEMHAB - é um modulozinho, é
alguma coisa ridícula - quantas poderiam ser construídas com vinte e dois
milhões aprovados por esta Casa? Sabem quantas foram construídas? Nenhuma. Eu
vou dizer algumas dezenas, para não ser maldoso com a Administração chamada
popular. E eu não vi, na verdade, alguma cobrança maior vinda da população, até
porque os Partidos de Oposição não costumam fazer a mesma orquestração que faz
o Partido atualmente da situação.
Eu lembro, antigamente,
quando se cobrava tarifa no transporte coletivo, aquele aranzel que era feito
aqui. Sabem aquele Secretário que liderava as manifestações contra os
Vereadores que votavam tarifas aqui, pois aquele Secretário, o Diógenes, foi
trabalhar, depois, numa empresa vinculada às empresas de transporte coletivo, e
ficou como um dos grandes representantes dessa área. E hoje nós sabemos que
nessa área existe uma certa liberdade, até porque existe uma certa simpatia do
trabalho, entre a Bancada Petista, ou entre o PT, e os empresários desta área.
Eu não vejo mais cobranças.
Os moradores da Vila da
Represa lotaram essas dependências. Ver. João Dib, V. Exa. está lembrado de que
eles vieram reivindicar água? Os senhores, que pertencem ao Orçamento
Participativo, acham justo que para alguém obter água tenha que pedir pelo amor
de Deus ao Orçamento Participativo? Eu acredito que isso nem Hitler faria. O
que nós vemos, hoje, é uma espécie de fascismo, de nazismo que tomou conta da
Administração Popular e que está infelicitando as populações. É claro que as
pessoas beneficiadas, que estão atreladas à Administração Popular, acham bom.
Quem está por cima da carne seca, quem está mandando, sempre acha bom. Eu quero
que os senhores ponham a mão na consciência. Será que o que está acontecendo
hoje, em matéria administrativa, na nossa Cidade, está sendo realmente o melhor
para a sociedade?
Pergunto a V. Exas. porque
ninguém conseguiu prestar conta do dinheiro do DEMHAB, só o de 1997. Num
debate, na televisão, o Sr. Ubiratã disse que não conseguiram gastar 22 milhões
em 1997 e passou para 1998. Eu perguntei: “Então, dê conta dos gastos em
construções em 1998”. E também, nada aconteceu, absolutamente nada. É por isso
que eu vou repetir o final do discurso do Ver. João Dib: nesta Casa, ninguém é
contra o Orçamento Participativo, nós somos contra a forma de cabresteamento
que é feito pelo Executivo Municipal, fazendo com que o movimento popular perca
a sua autonomia. Nós vamos sempre combater isso. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Senhores representantes que aqui, hoje,
compareceram na Tribuna Popular para se manifestar sobre o nosso Projeto de
regulamentação do Orçamento Participativo. Queremos dizer que extremamente
importante é esse debate que está sendo desencadeado a partir de agora com o
Legislativo Municipal, até porque quando, em mil novecentos e noventa, esta
Casa consagrou na Lei Orgânica o princípio básico da democracia representativa,
já estava presente numa das mais avançadas cartas constitucionais em nível
municipal, que é a Lei Orgânica da Cidade de Porto Alegre, o princípio da
democracia representativa. Ali, na Lei Orgânica da Cidade de Porto Alegre
estava consagrado o princípio básico do chamado Orçamento Participativo. Esse
processo vem sendo elaborado há muitos anos, e eu lembraria aqui, nesse debate,
que achamos extremamente importante, que se realiza, as palavras do ex-Prefeito
da Cidade de Pelotas, Bernardo de Souza, que alguns dias atrás, entrevistado,
manifestou-se dizendo que o Orçamento Participativo na Cidade de Pelotas, onde
ele, como Prefeito, foi o pioneiro na sua execução, não teve continuidade
porque o Prefeito que o sucedeu não tinha compromisso com a chamada democracia
representativa, e deixou de lado a participação da comunidade na definição dos
princípios das suas reivindicações, dos seus pleitos e das suas prioridades.
Então, nós achamos, e é essa a nossa visão - a visão, hoje, de inúmeras zonais
do PDT em Porto Alegre, que nos transmitiram a sua posição - o Orçamento
Participativo é um patrimônio da Cidade. É um movimento fundamental do
movimento comunitário. Temos também, companheiros, uma outra visão: ele tem que
ser regulado por uma lei, até porque se existir uma lei nos seus princípios
básicos gerais, a cidadania estará garantida na Cidade de Porto Alegre para as
administrações subseqüentes. E de outro lado, os direitos estarão consagrados
na lei escrita. E se estiverem consagrados na lei escrita, são uma garantia
para o exercício dos direitos da cidadania, são uma garantia para o exercício
dos direitos das comunidades, em todos os seus aspectos, na Cidade de Porto
Alegre.
É por isso que nós
apresentamos este Projeto. Respeitamos as posições divergentes. Este é um
debate importante a ser realizado, e nós estamos nos habilitando a fazê-lo,
porque achamos que deve existir uma compatibilização entre a democracia
participativa expressa pelo movimento comunitário e a democracia
representativa. E nós não estamos inovando. O companheiro Clovis Ilgenfritz do
Partido dos Trabalhadores apresentou um Projeto de Lei Ordinária regulamentando
o Orçamento Participativo no ano de 1991. E sabemos que alguns setores dentro
do PT pensam da mesma forma. O companheiro Presidente desta Casa, há alguns
anos também apresentou um Projeto dentro dessa linha de regulamentação. E o
Projeto que apresentei a esta Casa não é definitivo nem acabado. É um Projeto
que está aí para ser discutido, inclusive eu referi que 50% dos investimentos
da Cidade seriam definidos pelo Orçamento Participativo. Eu fui criticado pelo
Vereador Guilherme Barbosa, que sugeriu que hoje esse percentual já é de 100%.
Esse Vereador já quer emendar, e vai comprometer o Executivo. Se é este o
espírito, então vamos definir 100% do Orçamento Participativo. Mas nós não
temos ilusões, pois muitas obras - saibam V. Exas.- incluídas no Orçamento
Participativo são meramente homologatórias, como foi o Mercado Bom Fim,
Vereador Luiz Braz; como foi a III Perimetral. Mas é importante que o Orçamento
Participativo discuta também essas obras e dê o seu aval.
Todas as estruturas do
Orçamento Participativo que existem hoje informalmente, e que o próximo
Prefeito, se vier a ser de uma corrente conservadora, poderá eliminar,
consagram as plenárias regionais, consagram as plenárias dos delegados,
consagram o Conselho Municipal do Orçamento Participativo. Se existem tantos
outros conselhos legalmente instituídos, por que não poderemos ter legalmente
instituído o Conselho Municipal do Orçamento Participativo? Por isso a nossa
luta e a nossa determinação, no sentido de ver criada na Cidade de Porto
Alegre, como um legado definitivo e perene para a Cidade de Porto Alegre, a
legislação regulando o Orçamento Participativo. Não será retirado um milímetro
daquilo que é direito da comunidade. Ao contrário, a Cidade de Porto Alegre vai
avançar no sentido de garantias à cidadania. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Para uma
Comunicação de Líder pelo PT tem a palavra o Ver. Guilherme Barbosa.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Eduíno, Dona Eva, demais presentes no
Plenário.
As palavras são fáceis de
proferir e é preciso combiná-las com os atos. Apesar de que o Ver. Isaac
Ainhorn - e até posso acreditar na sua boa intenção - afirma sempre que é um
Projeto em defesa do Orçamento Participativo, o que está escrito, e tramita
nesta Casa, vai na outra direção. O Ver. Isaac Ainhorn, às vezes, diz que hoje
- assim como outros Vereadores já disseram aqui - o processo está absolutamente
dependente e amarrado ao Executivo. Aí, o Ver. Isaac Ainhorn propõe que ele
fique absolutamente amarrado à Câmara de Vereadores, completamente amarrado à
Câmara de Vereadores. O Vereador propõe que a relação de obras seja feita em
conjunto, comunidade e Câmara, e depois mandada para o Prefeito e, depois, o
Prefeito mandaria para cá. É como se no jogo de futebol o jogador batesse o
escanteio e fosse cabecear na área. É uma dupla função que não tem qualquer
lógica, nem qualquer base jurídica para se efetivar.
O Vereador diz que defende o
processo. Hoje se discute 100% do Orçamento, os percentuais para cada
Secretaria, o percentual para a Câmara e, aí, ele reduz para 50%. Mas que
defesa do Orçamento é essa? É exatamente ao contrário. Aquilo que hoje tem
autonomia - esse caderninho que o Ver. Isaac Ainhorn já conhece, que é o
regimento do processo, isto é construído junto: comunidade e Prefeitura. Quando
algum dos lados acha que tem que melhorar ou modificar algo, leva ao Conselho
do Orçamento a proposta e se discute lá.
O Projeto do Vereador já
determina como é, como não é, quem participa ou quem deixa de participar. É um
Projeto inconstitucional. Tenho dito que é bom para o debate. Até, de repente,
o debate já fez o Ver. Luiz Braz mudar de opinião. Era radicalmente contra o Orçamento
Participativo, vinha aqui e quase mordia o microfone contra o Orçamento
Participativo, e agora já é a favor. Vejam que interessante, é a favor. Pode
ser que sirva para isso.
O Prefeito Hugo Lagranha do
PTB, ao assumir, da última vez - havia toda uma movimentação para ter o
Orçamento Participativo em Canoas - foi para a Justiça e ganhou. Portanto, não
há lei nenhuma que garanta que o Orçamento Participativo seja feito se o
Prefeito não quiser, porque é atribuição única e exclusivamente do Chefe do Executivo.
Portanto, não tem como se sustentar, é uma tarefa única e exclusiva do
Prefeito. Não haverá lei que garanta que isso seja feito.
Se é assim , na verdade, o
que resulta do Projeto do Ver. Isaac Ainhorn é que o Orçamento Participativa
deixaria de ter a sua autonomia, e ficaria, definitivamente, atrelado à Câmara.
E aí poderia haver a
possibilidade - vejam como estou afirmando, para depois alguém não querer
distorcer minhas palavras -, como antes se fazia, de os Vereadores - nem todos
- defenderem obras em determinadas localidades para terem apoio, depois, na
próxima eleição. Todo o mundo sabe que isso acontecia. Não eram todos os
Vereadores, mas isso acontecia. Como era o caso dos anões do orçamento em
Brasília? Exatamente isso.
Nós não queremos andar para
trás; queremos, sim, andar para frente, melhorar o processo, fazê-lo cada vez
mais autônomo e mais forte, porque, assim, inclusive, erraremos menos.
Quero aproveitar este tempo
e comunicar aos Vereadores, embora todos já saibam do que ocorre, que, na
próxima quinta-feira, haverá a segunda marcha a Brasília, onde todos os
Prefeitos, independente de partido e de cidade, estarão em Brasília
pressionando o Governo Federal para modificações, porque hoje há uma tendência
de retirar recursos do Município centralizando no Governo Federal, enquanto que
as tarefas no Município crescem cada vez mais.
Seria importante, Sr.
Presidente, que esta Câmara se juntasse a essa mobilização. É um problema de
todos, é uma convocatória, eu distribuí para todos os Vereadores, do Presidente
Paulo Ziulkowski que, se não me engano, é do PMDB.
Seria importante que a
Câmara estivesse junto nessa mobilização, a bem de todos os Municípios e também
da nossa Capital. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. JOÃO DIB (Requerimento):
Sr. Presidente, estou requerendo uma Comissão Especial para que solicite ao
Executivo Municipal as obras listadas no Orçamento Participativo, nos últimos
quatro anos, e o estado em que se encontram, se foram ou não realizadas.
O
SR. PRESIDENTE: Eu só
gostaria que V. Exa. formulasse o Requerimento por escrito para que os Líderes
indicassem os futuros componentes da Comissão.
O Ver. Hélio Corbellini está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o PSB está acompanhando esse debate do Orçamento
Participativo e ainda não tinha expressado suas posições. Nós achamos que
devemos entrar nesse debate.
Esta Casa sabe da defesa
intransigente do PSB em relação tanto ao Orçamento Participativo quanto a
emendas e questões que venham a prejudicá-lo.
Eu penso que estamos
discutindo várias questões e, às vezes, “embolamos o meio de campo”.
Tem uma questão, que é a
autonomia do movimento comunitário. Nós queremos a autonomia do movimento
comunitário.
É necessário que o movimento
comunitário tenha autonomia para que esse método de gerenciamento orçamentário,
que é o Orçamento Participativo, flua e ande com a maior democracia possível.
Nós achamos necessário, como
já vários Vereadores aqui intervieram sobre esse assunto, que deva ter um ponto
de tangenciamento entre o que se chama democracia parlamentar e democracia
direta, ou democracia participativa. Mas como buscar esse ponto de
tangenciamento? E como buscar a garantia da autonomia do movimento popular? Creio
que o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn tem alguns problemas muitos sérios. Eu já
disse, pessoalmente, a ele, porque ele saca do movimento popular aquilo que lhe
é mais caro: o seu direito de estabelecer as suas regras. Esse regimento
praticamente está colocado no Projeto, o que é muito ruim, não é bom, porque,
anualmente, as coisas mudam, os cenários mudam, a conjuntura econômica muda, a
conjuntura política muda e esse regimento é uma coisa que tem que estar sempre
ligada à vida, tem que estar permanentemente sendo discutida.
Mas, por outro lado, é uma
coisa que instiga a minha consciência, e eu olho profundamente o nosso passado,
porque nós ajudamos a implantar o Orçamento Participativo aqui na Cidade, me
preocupa uma outra coisa: no início do Orçamento Participativo, os partidos do
campo democrático queriam o fortalecimento do movimento social. Vejam, são duas
coisas diferentes: uma coisa é o método de gerenciamento do Orçamento que é,
sim, um instrumento da Prefeitura, que é exercido pelo movimento social, e a
outra é o movimento social, com as suas entidades, com seus fóruns de
discussão, que independem de qualquer governo, de qualquer partido, e sim só
podem depender de sua própria auto-organização, autogerenciamento. Essa questão
é que também me instiga. Como compatibilizar esse método de gerenciamento das
demandas populares com o fortalecimento das uniões de vilas, dos conselhos
populares? Como fazer isso? Isso é uma resposta que temos que buscar juntos. Eu
não tenho a resposta pronta, mas conheço a vida das vilas, e ninguém pode
acusar-me de não estar nas vilas. E em muitos locais, em Porto Alegre, acabaram
os conselhos populares. Ou acabaram ou estão se esvaindo, por terem perdido a
potência de intervenção política.
Então, esse debate vai
continuar, esta é a primeira vez que vimos debater isso da tribuna, esse é o
nosso desafio, pois a democracia tem que estar permanentemente sendo ajustada,
ampliada, não é um processo que se conquiste e não tenha volta, que qualquer
governo pode acabar com este ou aquele processo, principalmente com o Orçamento
Participativo.
Então, temos que buscar as
respostas juntos, o movimento popular tem que nos auxiliar a fazer isso - como
tangenciar com a Câmara e como garantir e aumentar a potência política dos
conselhos populares, que é a expressão da autonomia do movimento. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Antonio Hohlfeldt está com a palavra, em Comunicação de Líder, pelo PSDB.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a idéia da participação popular, é sempre bom
relembrar aqui, foi institucionalizada a partir da Constituição de 1988, que
deixou de falar apenas na representação e trouxe a possibilidade da
participação. Uma série de instituições jurídicas foram modificadas.
A partir daí, tivemos
algumas experiências que, historicamente, fazem parte do passado, mas que, ao
mesmo tempo, foram marcos da luta democrática brasileira.
Quero relembrar, aqui, a
experiência da Prefeitura Municipal de Lajes, através do então Prefeito Dirceu
Carneiro, na época MDB, hoje do PSDB, eleito Senador por Santa Catarina, cuja
experiência, inclusive de enfrentamento com as velhas oligarquias madeireiras
de toda aquela região, tornou-se livro. Foi, talvez, a primeira grande
experiência da história recente deste País. Infelizmente, foi imediatamente
derrotado na eleição seguinte. Depois, nós tivemos uma experiência, também
historicamente referencial, do Prefeito Bernardo de Souza, na cidade de
Pelotas, na época também MDB, hoje ligado ao PSB, como Deputado Estadual, na
Assembléia Legislativa.
Esta Casa, pela maioria dos
seus Vereadores, em 1988, quando da sua Lei Orgânica, institucionalizou a
participação popular. E a institucionalizou, entre outros artigos, através do
art. 100. O art. 100 é taxativo quando diz: (Lê.) “ Fica instituída a Tribuna
Popular nas Sessões Plenárias, Ordinárias e Extraordinárias da Câmara
Municipal, bem como na Praça Montevidéu, largo fronteiro à Prefeitura
Municipal, podendo dela fazer uso:
I - entidades sindicais com
sede em Porto Alegre, entidades representativas de moradores ou outras que
tenham atuação no âmbito municipal, reconhecidas ou registradas como tais;
II - entidades que, mesmo
não tendo caráter municipal, venham a apresentar questões de relevância para a
população de Porto Alegre. “
Esta Casa, no tempo em que
eu a presidi, por um Projeto que inclusive teve a importante participação do
Ver. Décio Schauren, fez a regulamentação necessária da Tribuna Popular. E,
aliás, foi aqui, hoje, utilizada por dois companheiros que são representantes
do Orçamento Participativo. Usaram a tribuna com toda a liberdade, inclusive
podendo fazer a crítica aos Vereadores. O que eu fico me perguntando, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é por que até hoje nenhum Prefeito da Administração
Popular teve coragem de formalizar e institucionalizar a Tribuna Popular na
frente da Praça Montevidéu, junto ao Palácio Municipal. O que eu me pergunto é
por que a Prefeitura de Porto Alegre, através da palavra do seu atual Prefeito,
tem tanto medo de que esta Casa regulamente, não o que é do âmbito do
Executivo, pois isso de fato não nos cabe regulamentar, mas aquilo que se
traduz num jogo de ambigüidades que constantemente nós vemos acontecer neste
Plenário? Quando se quer pressionar, amedrontar e cooptar Vereadores, se
convocam os companheiros do Orçamento Participativo. No entanto, quando se quer
abrir as regras do jogo, com absoluta transparência, até para não se manter o
que se diz numa das recentes entrevistas, que a cada ano tem que mudar as regras,
porque tem que adaptar e etc., e isso se pode traduzir que a cada ano nunca se
sabe quais são as regras, aí então a Câmara não pode intervir. Se quer colocar
a menção ao Orçamento Participativo no Plano Diretor da Cidade, mas não se quer
regulamentar a existência formal do Orçamento naquilo que é a sua relação com
esta Casa, enquanto instância absolutamente legal e legítima, mas que, por isso
mesmo, tem que ser institucionalizada, gostem ou não os que mandam ou que
pretendem mandar em Porto Alegre. A nossa discussão é esta: não é intervir no
Executivo, não é tirar poder do Orçamento Participativo, é apenas trazer a
transparência que todos nós temos que ter, o Executivo, o Legislativo e o
Orçamento Participativo, com regras claras, institucionalizadas, legitimadas e
legalizadas. O nosso debate é esse, até que a Prefeitura resolva fazer a
Tribuna Popular na Praça Montevidéu. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Até este
momento esteve em discussão o assunto trazido pela Tribuna Popular de hoje, com
dois oradores, cujo tema foi o Orçamento Participativo. Queremos agradecer à
Sra. Eva e ao Sr. Eduíno pela presença, desejando-lhes sucesso. A Casa está
sempre aberta.
O Ver. Fernando Záchia está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, nesta tribuna, em outros momentos tenho aqui me
referido sempre à questão dos pardais e caetanos na Cidade de Porto Alegre.
Tenho dito e repetido sobre a importância de uma grande campanha informativa,
educativa, para a população de Porto Alegre antes da implantação desses
equipamentos.
Chamava a atenção o grande
número de autuações que esses aparelhos tinham feito em sete dias, do dia 29 de
março ao dia 05 de abril, na sua primeira semana de instalação. Esses aparelhos
constataram quinze mil multas de excesso de velocidade e cruzamento em sinal
vermelho. A própria EPTC, assustada pela grandiosidade dos números, resolveu
suspender as multas, anistiou aqueles quinze mil, em tese, que, teoricamente,
teriam cometido infração, para que eles ficassem devidamente alertados e, a
partir de então, dirigissem com mais cuidado.
Surpreendem-me mais ainda,
as notícias deste final de semana, quando mostram que carros foram flagrados
numa velocidade absurda, uma velocidade que não é compatível com os nossos
carros e com o nosso sistema de trânsito. Uma Variant, ano 1975, um veículo de
24 anos, foi autuado andando 241 km por hora na Avenida Assis Brasil. Um
caminhão, ano 1972, 27 anos de existência, a 215 km por hora, também na Av.
Assis Brasil. O mais espetacular, o mais assombroso, um ônibus articulado,
carregado de passageiros, subindo a Lomba do Pinheiro a 235 km por hora. O
pardal constatou, fotografou e notificou esse ônibus, como notificaram também a
Variant, o caminhão e outras multas. Na matéria do jornal diz o seguinte: “A
Secretária-Geral do Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, afirma que o
Sindicato tem muitas multas semelhantes a essas, a contestar”.
Parece-me claro e evidente
que o funcionamento desses equipamentos estão sob suspeição. Não acredito
neles, porque, se estivéssemos com esses equipamentos funcionando há 10 meses,
meio ano ou 1 ano, e houvesse dois ou três erros, absurdos como esses,
poderíamos dizer que é uma margem de erro muito pequena, mas essas multas que
foram denunciadas equivalem a 15 dias de trabalho e funcionamento desses
equipamentos. Nos primeiros quinze dias, recebemos publicamente esses casos. Se
isso ocorreu é porque certamente há outros, inclusive absurdos, dando-me o
direito de colocar em suspeição esses equipamentos que deverão,
obrigatoriamente, parar de funcionar para que o INMETRO, um Instituto
insuspeito, possa fazer a verificação, a aferição desses equipamentos para ver
se realmente estão funcionando. Não podemos deixar que o munícipe comum, aquele
cidadão que está trafegando em condições normais, receba uma multa por ter
ultrapassado apenas sete, oito ou 10 km do limite. Não estou falando naqueles
casos absurdos em que qualquer pessoa, em uma condição normal, sabe que não são
verdadeiros, quando se constata uma velocidade superior a 200 km/h, mas aquele
que estava trafegando a 60 km/h, onde era permitido andar nessa velocidade,
recebendo uma notificação porque andou a 70 km/h, esses 10 km a mais, que será
o motivo da sua multa e punição, será que foram verificados de maneira correta?
Será que a máquina, naquele momento em que ele andava a 60 km, a velocidade
permitida, constatou 70 km, será que ela não errou? Ou a máquina só erra,
quando a velocidade passa dos 200 km/h? Ninguém passa a 200 km/h, muito menos
uma Variant/75, um caminhão/72 e o ônibus articulado. Estou entrando com uma
petição na CEDECON para que ela chame a EPTC, chame as pessoas punidas, as
pessoas penalizadas.
Ver. Hélio Corbellini,
Presidente da CEDECON, encaminharei a V. Exa. uma solicitação para que a
CEDECON faça uma sindicância, para que faça uma Comissão, porque esses
equipamentos deverão, obrigatoriamente, de imediato, suspender o seu
funcionamento, porque esse funcionamento nos dá o direito de duvidar da sua
credibilidade. Suspendam, chamem o INMETRO, façam uma verificação, uma
constatação, se os aparelhos realmente estão funcionando bem. Este Vereador
será o primeiro a retirar. Mas, se for dada a continuidade dessas compensações,
se for dada a continuidade desses erros, eles deverão parar o seu funcionamento
para não penalizar o cidadão comum. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Queremos
alertar os Srs. Vereadores que nós sempre seguiremos a ordem das inscrições,
segundo a numeração dada pela Diretoria Legislativa.
O
SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito uma informação da Casa. Hoje, na
abertura da Sessão não foi obedecida a ordem da fila para as inscrições. As
pessoas que estavam em primeiro lugar, na fila, acabaram se inscrevendo por
último. Faço esta constatação para dizer que a ordem deve ser cumprida, que as
pessoas que estão na fila façam as inscrições no lugar devido, porque, do
contrário, prejudicam o conjunto das inscrições. Eu estava em quarto lugar na
fila e acabei ficando em segundo lugar no livro.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu
vou adotar a lista que se encontra aqui, é praxe, nós não pretendemos mudar e
até vou consultar o Presidente, Ver. Nereu D’Ávila, se pode haver alguma
modificação.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT (Esclarecimento): Sr. Presidente, querendo colaborar com a Mesa, na verdade, o
que tem havido é que, já há vários meses, infelizmente, os Vereadores que se
encontram na fila, por serem os primeiros, acabam escolhendo o lugar onde
querem se inscrever. O que a Mesa precisa recuperar, urgentemente, é a lógica.
O primeiro se inscreve em primeiro lugar, o segundo, em segundo e se evita o
problema. A prática foi iniciada em algum momento, não sei por que, ela existe
hoje. Na verdade, o que teríamos que fazer era coibir isso e manter,
estritamente, para todos, não só quando alguém se incomoda, a ordem da
inscrição. O primeiro não pode se inscrever em quinto para falar por último,
tem que ser o primeiro, se inscrever em primeiro e falar em primeiro.
O
SR. PRESIDENTE: É o que
faremos daqui para a frente sem dúvida nenhuma.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Esclarecimento): Não é para que nós copiemos a Assembléia Legislativa, mas
procuramos sempre imitar. O Parlamentar que se inscreve escolhe o lugar. Por
isso, entrou em uma fila de preferência, que ele vai para onde quiser. Se
quiser o último, escolhe o último. Na Assembléia Legislativa é assim, durante
16 anos, eu fiz assim.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO (Esclarecimento): Sr. Presidente, hoje, ao chegar, eu me inscrevi na Pauta e o
fiz por último, porque achei que fosse uma gentileza, e como o Ver. João Dib -
podem ver que a letra é a mesma: João Dib, Cláudio Sebenelo - é sempre o
terceiro da lista, acrescentei “João Dib”. O Ver. Renato Guimarães reclamou-me,
então eu disse para trocarmos. Ele respondeu: “Não, hoje fica assim”. Não
esperava que ele tivesse essa atitude.
O
SR. PRESIDENTE: Aceito,
também, a contribuição do Ver. Pedro Américo Leal. Proponho verificarmos junto à
Mesa Diretora.
Passamos à
PAUTA
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
2ª SESSÃO
PROC.
2584/97 – SUBSTITUTIVO Nº 01,
de autoria do Ver. João Dib, que acrescenta § 4º ao art. 137 da Lei
Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja.
PROC.
1284/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 035/99, de autoria do Ver. João Dib, que
denomina Rua Baldoino Bottini um logradouro público localizado no Loteamento
Nova Ipanema, no Bairro Aberta dos Morros.
PROC.
1355/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe
sobre a promoção de passeios turístico-culturais gratuitos a maiores de 65
(sessenta e cinco) anos.
PROC.
1389/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/99, que extingue e cria Funções
Gratificadas junto ao Quadro do Magistério Público Municipal, cria FG junto ao
Quadro da Administração Centralizada e dá outras providências.
PROC.
1371/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 019/99, de autoria do Ver. Paulo Brum, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Carlos Eduardo Konrath.
PROC.
1379/99 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/99, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico
de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao jornalista Flávio Alcaraz Gomes.
3ª SESSÃO
PROC. 1268/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/99, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Sra. Carmen Maria Passos de Oliveira.
O
SR. PRESIDENTE: A Vera.
Maristela Maffei está com a palavra. Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com
a palavra discutir a Pauta.
O
SR. RENATO GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, destaco o projeto em Pauta com o
interesse de se fazer um debate nesta Casa, o Projeto de Lei nº 05/99, que cria
Funções Gratificadas junto ao magistério público municipal.
Existe um conjunto de
escolas municipais que tinham, no passado, um funcionamento de dois turnos,
pela manhã e pela tarde; e pela necessidade de se implantar o turno da noite -
é o caso da Escola Victor Issler, da Escola Nossa Senhora de Fátima e também da
Escola Saint-Hilaire, na Lomba do Pinheiro - e por demanda da comunidade, o
funcionamento do serviço de educação de jovens e adultos, se faz necessária a
criação de uma segunda vice-direção para que o turno da noite possa ser
administrado. O Executivo manda para cá esse Projeto de Lei tentando atender a
essa demanda, que é construir a administração desses turnos noturnos, que não
existiam, que passaram a existir de dois anos para cá, devido à necessidade
colocada por essas escolas.
Esse Projeto está em 2ª
Sessão de Pauta, acredito que com a necessária urgência e com um estudo nosso,
venhamos a aprovar esse Projeto, que é do interesse das comunidades escolares
envolvidas, porque esses turnos necessitam desses funcionários e esses
funcionários necessitam dessa Função Gratificada. Coloco esse debate para
tirarmos as diferenças, resolvermos as questões referentes ao Projeto para que
possamos aprová-lo.
Destaco, também, Ver. Adeli
Sell, a sua proposição que trata de instituir, no âmbito do Município, passeios
turísticos culturais para pessoas com mais de sessenta e cinco anos. Acredito
que um Projeto desses, uma regulamentação de uma ação que já vem sendo, em
parte, desenvolvida pela Prefeitura merece toda a atenção desta Casa. Creio que
articular o trabalho da FESC, da Secretaria de Cultura, do próprio órgão de
turismo que temos na Cidade, para que se possa, com esses projetos, essas
oficinas de idosos, essas oficinas de terceira idade que já funcionam na
Cidade, articular isso através de um programa de turismo, fazer passeios
turísticos com essas pessoas que participam dessas oficinas. Isso é muito
importante. A proposição é mais no sentido de trazer para a lei algo que, de
acordo com o meu ponto de vista, já é feito. Esperamos que essa reivindicação
seja para beneficiar o conjunto da Cidade. Portanto, gostaria de fazer esse
registro acerca do Projeto que trata do turismo.
Quero deixar claro que a
minha divergência em relação às inscrições de Pauta não é pessoal a nenhum
Vereador, mas se existe uma ordem de inscrição ela deve ser seguida, ou se faz
outra regra, como por exemplo, a sugerida pelo Ver. Pedro Américo Leal. Eu não
discordo dessa nova regra, mas acho que se existe uma regra é para ser
cumprida. E foi essa a nossa intenção, ou seja, de se cumprir a regra que
existe. Em nenhum momento foi nossa intenção brigar com algum Vereador, pois se
quiséssemos teríamos outro espaço para isso. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Nós
queremos registrar o aniversário, no sábado, do nosso colega Ver. Paulo Brum.
Muitas felicidades, Vereador. (Palmas.)
O Ver. João Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na sexta-feira, confundia a nobre e eminente
Vera. Maristela Maffei que disse que, de repente, eu sou favorável à
carta-contrato, depois eu sou contra a carta-contrato. Mas é que ela não presta
muita atenção ao que este Vereador fala com a simplicidade que o caracteriza.
O Prefeito Municipal de
Porto Alegre está encaminhando a esta Casa um Projeto e sobre ele que eu
falava, e fiz a confusão toda com a nobre Vereadora, confundi a nobre
Vereadora, um Projeto de Lei que extingue e cria Funções Gratificadas junto ao
quadro do Magistério Público Municipal, cria Função Gratificada junto ao quadro
de Administração Centralizada e dá outras providências. Eu dizia que o Prefeito
faz da lei a utilização que melhor lhe aprouver no momento e que neste caso ele
estava mandando criar funções gratificadas, retroagindo a validade do Projeto
de Lei. Mas que quando se tratava da Secretaria Municipal de Saúde, o Prefeito
usava dois pesos e várias medidas, ele fazia carta-contrato. E eu perguntei:
quem sabe ele faz uma carta-contrato com a direção da escola com a qual ele
está tão preocupado, e até retroage, como ele retroage as cartas-contrato que
faz. E eu dizia também que se o Prefeito quiser regularizar a situação da
Secretaria Municipal de Saúde e precisar a criação de cargos de médico, de
monitor, de auxiliar de enfermagem, de enfermeiros, em dez dias nós lhe
daríamos o Projeto de Lei aprovado. Acho que o Prefeito ficou preocupado com as
últimas falas desta tribuna e está convocando médicos, Clínica Geral,
Atendimento Médico Pré-Hospitalar, Medicina Interna Comunitária, Medicina
Interna, dois concursos diferentes, e também está convocando monitores que,
curiosamente, ele fazia por carta-contrato. Está convocando aqui quatro
monitores, está convocando quatro médicos. Eu até gostaria, já que eu vejo que
existiam vagas para médico, que ele chamasse aquele que está colocado em
terceiro lugar em Otorrino, e não é chamado e tem carta-contrato pela segunda
vez, porque o outro que está em segundo lugar está no Canadá. E é por isso que
a Vereadora ficou confusa.
Eu gosto da lei, quem tem
medo da lei? Quem tem medo da verdade? Ninguém. Pelo menos neste Plenário.
Agora, lá na Administração, eu não sei. Mas aqui, nós fazemos a lei clara,
precisa, concisa para que seja respeitada. E no caso que o Prefeito propõem
para a direção das escolas, mas é claro, é evidente, nós fizemos isto outras
vezes, nós vamos fazer de novo. Nós vamos dar o sim ao Projeto de Lei do
Prefeito, como daríamos o sim, mas só que um sim urgente, acelerado, para
médicos, para auxiliar de enfermagem, monitores e enfermeiros e aqui não
precisaríamos trazer os quinhentos concursados, como os auxiliares de
enfermagem, que não são chamados, mas continuam fazendo carta-contrato que, sem
dúvida nenhuma, onera o Município, mas também permite que se chamem os amigos
do rei, porque não são feitos na forma da Lei Municipal e nem da Lei Federal nº
8666, a Lei das Licitações.
Então, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o nosso apoio ao Projeto de Lei do Prefeito, porque ele vai fazer
justiça a professores que estão nas escolas trabalhando diuturnamente. Como nós
queremos que ele faça justiça, especialmente, a auxiliares de enfermagem; há
584 concursados esperando serem chamados e não são, e também que ele faça
justiça àquele médico Otorrino colocado em terceiro lugar, que não é chamado
porque o segundo colocado está no Canadá fazendo um curso de especialização.
A Vereadora ficou confusa,
uma hora eu era favorável a carta-contrato,
outra hora era contrário a carta-contrato. Eu sou sempre contrário à
carta-contrato. Eu perguntei, já que o Prefeito utiliza tanto essa forma
irregular, incorreta e ilegal, por que não faz a mesma coisa para contratar o
diretor da escola numa carta-contrato? Essa é a pergunta que ficou no ar. E
como perguntei, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quem tem medo da verdade,
quem tem medo da lei? Quem não tem medo da lei, não tem medo da legalização do
Orçamento Participativo também. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: A Vera.
Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Neste período de discussão dos Projetos, que
estão tramitando na Casa, refiro-me especificamente a dois Projetos. O
primeiro, de autoria do Ver. Adeli Sell, dispõe sobre a promoção de passeios
turísticos, culturais e gratuitos a maiores de 65 anos. Eu acho muito
interessante a preocupação do Vereador expressa neste Projeto, no que se refere
às possibilidades de lazer para os maiores de 65 anos, principalmente para
aqueles que não têm condições financeiras para usufruir de um lazer que é
oferecido na nossa Cidade. É lógico que em uma sociedade como a nossa, em que
uma grande parcela da população que se aposenta, se aposenta em extremas
dificuldades, o que lhe sobra, do ponto de vista dos recursos para garantir o
seu lazer, que é o direito de todo cidadão, é extremamente reduzido. Além
disso, acho que nós temos que aproveitar a discussão desse Projeto, que é um
Projeto meritório para, também, neste ano, onde se comemora o Ano Internacional
do Idoso, podermos avançar nesta Casa a discussão a respeito da necessidade de
um aprofundamento e da ampliação de uma política para o idoso em nosso
Município. A modificação das populações do mundo inteiro, hoje, permite que os
seres humanos tenham uma vida, felizmente, muito mais duradoura que alguns anos
atrás. E essa parcela da população que se aposenta, que sai do mercado
produtivo e que perde, portanto, a possibilidade de, através da rede de contato
que é estabelecida no mundo do trabalho, se relacionar com outros. Depois da
aposentadoria a tendência da maioria das pessoas é ficar numa situação de
extremo isolamento daquilo que é oferecido pela sociedade. Acredito, também,
que além dessa questão do isolamento, há o resultado de uma sociedade que é
extremamente preconceituosa e excludente com essa etapa de vida de todas as
pessoas, porque não resgata, não considera alguns valores que são inerentes ao
ser humano, independente da sua condição de trabalhador vinculado ao setor
produtivo ou não. Então, acho que esse Projeto tem que nos trazer, tem que nos
remeter a uma discussão mais ampla, que é da necessidade da ampliação de uma
política para o idoso em nossa Capital; de uma política que garanta ao idoso,
principalmente aos idosos das áreas da periferia, a sua possibilidade de
convivência, a sua possibilidade de integração e, também, a possibilidade de
que ele possa repassar para a sociedade o conjunto de conhecimentos, o conjunto
de informações que foi adquirido por ele ao longo de sua vida. Mas acho que
quando trabalhamos um projeto pontual, nós criamos através dele, também, um
canal de ampliação e da conquista, quem sabe, de outros equipamentos sociais,
de outros equipamentos culturais que possam ser utilizados por essa grande
parcela da população porto-alegrense, que é a parcela da população da terceira
idade, que vive nas vilas, que vive, muitas vezes, nas suas próprias casas, mas
da casa que já deixou de ser sua para ser dos seus descendentes, e que é
excluída dentro da sua própria moradia. É responsabilidade sim do Poder
Público, no caso das políticas de assistência social é da responsabilidade do
Poder Público Municipal a definição e a implantação de uma política para o idoso,
de uma política que privilegie, na sua concepção, o atendimento da parcela
idosa, de pessoas de baixa renda, de pessoas que não têm condições de usufruir
das manifestações culturais, das promoções, dos eventos que a nossa Cidade
oferece a uma grande parcela da população idosa, que tem condições de comprar o
seu ingresso, que tem condições de se inscrever e de participar das atividades
culturais e de lazer que a nossa Cidade, como uma cidade que tem uma vida
cultural intensa, permite à grande parcela das pessoas.
Queria fazer alguns
comentários sobre o Projeto de Lei do Executivo, que está nesta Casa, que
extingue e cria funções gratificadas, mas, considerando que o meu tempo está
esgotado, deixarei para uma próxima oportunidade. Muito obrigada.
(Não revisto
pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: O
próximo Vereador inscrito na Pauta é o Ver. Cláudio Sebenelo, que tem a palavra
por cinco minutos.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Gostaria de continuar o debate sobre o Projeto -
muito bom Projeto - do Ver. Adeli Sell, e esclarecer a ele que quando eu falei
que o seu Projeto tinha a ternura de lidar com as pessoas idosas eu não fiz com
ironia, mas com o coração e com o afeto que o trato com a pessoa idosa me
desperta. O que é que tem a ver passeio de idoso com o Orçamento Participativo?
Tudo, porque este passeio é turístico, porque o idoso tem direito ao turismo.
Porto Alegre é uma cidade com vocação turística e, além dos pontos conhecidos e
de grande beleza física, a geografia de Porto Alegre nos brinda com as visões
maravilhosas das elevações próximas ao desembocar do grande lago Guaíba na
Lagoa dos Patos. Locais como Lami e Itapuã têm visões maravilhosas, que podem
ser admiradas de determinadas altitudes. Talvez os nossos idosos, Vereador João
Dib, possam ir ver a beleza do Lami, que está sendo ameaçada, e que em pouco
tempo não terá mais lugar para o turismo, devido ao chamado aterro sanitário da
Extrema. Lá, tem um cheiro insuportável, devido a um vazamento de chorume, um
cano que colhe o lençol freático e apresenta esse cheiro insuportável, tornando
espumosa a água que era cristalina. Os nossos idosos não mais terão direito a
esse ar puro e maravilhoso, a essa incrível beleza! E esse Projeto, Vereador
Adeli Sell, que precisa de uma infra-estrutura de turismo, joga o turista para
bem longe das belezas de Porto Alegre. Ali é o único lugar onde não poderia ser
construído. Até na Avenida Borges de Medeiros poderiam construir, mas não ali,
num dos lugares mais lindos desta linda Cidade. Isso porque um gênio, uma
pessoa de inteligência privilegiada, um dia conseguiu ser legitimada pelo
Orçamento Participativo daquela zona, bem longe - mais de 10 quilômetros de
distância - da comunidade. O Orçamento Participativo legitimou a presença! Mas,
por favor, legitimar a presença no lugar mais lindo de Porto Alegre, com sua
beleza descomunal, inigualável, é absolutamente sui generis! Dar a esta Cidade aquela sensação infecta de uma das
coisas mais mal-administradas, malconcebidas, malconstruídas e, o que é pior,
mal-destinadas.
O
Sr. Guilherme Barbosa:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, aquele Projeto
foi aprovado em todas as etapas pela FEPAM no governo anterior, portanto se há
algum erro já foi referendado. Mas não há erro nenhum. Tem um Projeto
tecnicamente executado e acompanhado permanentemente pelo DMLU.
Sugiro que a COSMAM, por
exemplo, convide o Diretor do DMLU para trazer as análises das amostras.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: O
meu convite é para o Ver. Guilherme Barbosa ver o que é um aterro sanitário que
não tem odor.
Vereador, dá uma chegada lá
na Extrema e vê o prejuízo imenso que o Ver. Adeli Sell está tendo, neste
momento, de fazer um Projeto maravilhoso e, muitas vezes, não poder
concretizá-lo, porque esta Administração está nos ensinando, fundamentalmente,
o que não se deve fazer. E não devia nunca ter feito no aterro sanitário da
Extrema isso que fizeram e que confere a Porto Alegre mais uma de suas
imerecidas cloacas abertas impunemente por uma Administração incompetente.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):
A Mesa apregoa uma Comunicação do Sr. Prefeito Municipal que deverá ausentar-se
do Município no dia 12.05.99, retornando no mesmo dia, em viajem ao Rio de
Janeiro para assinar contrato de financiamento com o BNDES.
O Ver. Antônio Losada está
com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de fazer um comentário do PLE nº 05/99
sobre as gratificações.
Mas antes queria fazer algum comentário em relação às criticas que
o Ver. João Dib fez, desta tribuna, sobre as contratações na Secretaria
Municipal da Saúde. Ver. João Dib, o Executivo está estudando uma solução para
os problemas da falta de pessoal naquela Secretaria. É sabido que o Município
de Porto Alegre atendia a doze postos de saúde e com o advento do SUS, da
municipalização, passaram para sessenta postos, portanto, ampliou a necessidade
de pessoal nessa área da Saúde. As contratações de trabalhadores da saúde, elas
obedeceram, Vereador, ao critério das listas dos concursados. O que ocorre,
Vereador, é que muitos dos concursados não aceitaram a contratação por quatro
ou seis meses; optaram por esperar o seu chamamento definitivo para o
cumprimento dos concursos os quais realizaram e passaram.
O
Sr. João Dib: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Antonio Losada, eu o saúdo
pelo imenso esforço que faz para justificar uma ilegalidade, uma
irregularidade. V. Exa. diz que é a partir do SUS, mas estou falando desde
1989, quando não existia o SUS, não é nos três últimos anos ou nos dois últimos
anos, foi sempre assim que procedeu a Secretaria Municipal da Saúde.
Carta-contrato é no caso do médico que está em terceiro lugar e não é chamado o
segundo, porque não está no Brasil.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não há ilegalidade nenhuma,
Vereador, nas contas das nossas Prefeituras. O nosso Prefeito tem sido aprovado
permanentemente. É um instrumento que pode ser usado em tempo curto e assim tem
sido feito. Agora, como há necessidade maior e para não prorrogar um tempo de
uso, é que há esse estudo e em seguida um Projeto para a Câmara.
O
SR. ANTONIO LOSADA: Exatamente,
Ver. Guilherme Barbosa. Então, concluindo, está havendo um esforço do Executivo
no sentido de solucionar esse problema dos concursados. Há necessidade de
pessoal nessa Secretaria. De doze postos do Município passaram para sessenta. O
Município promoveu um concurso público e como não há possibilidade de chamar-se
esses concursados, já que está sendo encaminhado para esta Casa um Projeto no
sentido de ampliar o número de funcionários da saúde no Município, e este
Projeto que está sendo encaminhado, vai ser discutido na Comissão de Saúde
desta Casa, na próxima quinta-feira, de como viabilizar o andamento mais
rápido, a tramitação mais rápida e possível nesta Casa para o aproveitamento
desses concursados e assim nós possamos evitar esses contratos emergenciais. É
essa a saída que estamos encontrando e que o Executivo está encaminhando
juntamente às Comissões Técnicas desta Casa. Só assim, nós podemos superar a
necessidade de vagas existentes.
É evidente que esses
problemas de pessoal se agravam com a situação geral da saúde, com a falta de
verba originária da falta de compromisso do Governo Estadual e do Governo
Federal que, no passado, fizeram com que a saúde virasse num caos. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
A
SRA. SÔNIA SANTOS (Requerimento): Requeiro
que votemos em primeiro lugar, devido à urgência, o Requerimento nº 112, de
minha autoria; que, depois, conforme propõem as Lideranças, votemos, na
seguinte ordem: o PLE nº 016/95; o PLL nº 023/97; o PLL nº 008/99; o PLE nº
003/99; o PLL nº 016/99; O PR nº 032/97; o PR nº 040/98; o PR nº 050/98, o PLCE
nº 006/98, e os demais Projetos na ordem em que se encontram.
O
SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr.
Presidente, quero fazer um adendo ao Requerimento da Vereadora Sônia Santos.
Nós temos um Requerimento pedindo Renovação de Votação do Requerimento nº 108.
Eu gostaria que essa Renovação de Votação pudesse ser feita em primeiro lugar.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Gostaria de destacar da proposta do Ver. Luiz Braz, que aprovássemos primeiro a
proposta da Ver. Sônia Santos, depois votamos o adendo do Ver. Luiz Braz.
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):
Está bem, Vereador. Em primeiro lugar, colocamos em votação o Requerimento da
Ver. Sônia Santos que requer que no primeiro momento seja apreciado Requerimento
de sua autoria, logo após voltaremos à ordem dos trabalhos.
O
SR. LUIZ BRAZ: Mantenho
o meu Requerimento, adendando o Requerimento da Ver. Sônia Santos, dizendo que
votamos o Requerimento de Renovação em primeiro lugar.
O
SR. PRESIDENTE: Foi
destacado pelo Ver. Guilherme Barbosa.
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas,
posso adendar o Requerimento.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Então, Sr. Presidente, há duas propostas, uma com o adendo e outra sem o
adendo.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, o Requerimento de autoria
da Ver. Sônia Santos, com o adendo do Ver. Luiz Braz. (Pausa.) (Após chamada.) APROVADO, por 13 votos SIM e12 votos NÃO.
Requerimento, de autoria do
Ver. Luiz Braz, solicitando Renovação de Votação, artigo 166 do Regimento.
Justificativa no verso. (Lê.) “As declarações feitas pelo Sr. Raul Pont foram
bastante ofensivas e perigosas para o Parlamento e para a democracia. Na
primeira votação o resultado foi de empate no Plenário, cabendo ao Sr.
Presidente da Câmara a missão de desempatar. Tendo em vista o resultado
apertado que justifica a Renovação.”
Em votação. O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para encaminhar.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu queria dialogar, em especial com o proponente
da Moção e do Requerimento, Vereador Luiz Braz. Nós tivemos uma votação, e V.
Exa. tem todo o direito de propor, discutir, debater e votar uma resolução. Nós
tivemos um resultado, apertado, é verdade, mas houve uma proposição sua que
teve um voto de diferença, foi desempatado. Vimos e discutimos, na Sessão
passada, que se trata de diferenças políticas, inclusive, verificamos que, em
determinados momentos, as declarações do nosso Prefeito ensejavam leituras
diferenciadas de Vereadores, como eu tenho a certeza que ensejaram leituras
diferenciadas das próprias pessoas que leram a matéria no jornal mencionado.
Por isso, achamos que é forçar demais uma nova votação. Nós temos, Ver. Luiz
Braz, V. Exa., que já foi Presidente e Vereador por tantos anos, importantes
questões para serem discutidas, não que essa não seja uma discussão importante,
mas nós fizemos um debate específico sobre essa questão, verificamos que há
elasticidade nas interpretações. V. Exa. sabe que temos um profundo respeito
pela questão da democracia. Podemos ter visões diferenciadas de como tratar a
questão do Orçamento Participativo, como ficou visível, hoje, aqui, neste
Plenário. Vi que V. Exa., pelo que me consta, posso estar equivocado, não
respondeu pelo jornal, no mesmo fórum desse jornal. Se V. Exa. insiste nessa
posição, seria importante que V. Exa. se colocasse à disposição desse órgão de
imprensa para dialogar em cima do que de fato está escrito. Portanto, peço a
sua compreensão, a sua paciência para que não entremos num debate infindável
sobre uma declaração num órgão de imprensa. Somos cobrados, diariamente, por
tantas e tantas questões em aberto nesta Cidade, no Estado, no País, afinal,
Porto Alegre fica no Rio Grande do Sul, é uma das capitais mais importantes do
País, portanto, nada que se faça neste País e neste Estado é indiferente à
Capital dos gaúchos. Peço a compreensão de V. Exa. para que não fiquemos num
diálogo interminável, num diálogo que não vai nos ajudar a resolver problemas,
muito menos num embate, como o da semana passada. Não chegaremos a um
denominador comum sobre as nossas visões a respeito de democracia, de
participação e do lugar deste e de outros parlamentos. Chamo a atenção do nobre
Vereador que o artigo fala genericamente do parlamento, não se refere à Câmara
Municipal de Vereadores, até porque o Prefeito tem profundo respeito por esta
Casa. Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, creia-me, Ver. João Dib,
não estamos aqui simplesmente por patriotismo, defendendo uma posição ou as
palavras do Sr. Prefeito Municipal. V. Exas. sabem o quanto temos batalhado
pela democracia, pela transparência na administração pública, como estamos
abertos para ouvir os seus reclames e questões. Peço a compreensão desta Casa,
para que não passemos mais uma tarde inteira, mais uma outra Sessão, discutindo
algo que já foi muito debatido, até porque a elasticidade das questões
colocadas ensejaram tantas leituras diferenciadas.
Ver. Luiz Braz, tenho
certeza de que vamos fazer muitos debates qualificados, não vamo-nos atritar e
discutir de forma despropositada por causa de um artigo ou de uma mera
declaração num órgão de imprensa da Capital. Espero ter a compreensão de V.
Exa. e desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para encaminhar Requerimento de Renovação de
Votação do Requerimento nº 108/99.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Ver. Adeli Sell, respeito-o muito por sua
qualificação, assim como respeito outros Vereadores da Bancada de V. Exa. que
também merecem o mesmo respeito, porque são Vereadores que mostram muita
qualidade quando estão debatendo ou discutindo sobre diversos problemas. Eu
digo a V. Exa. que poderia até mesmo atender ao pedido que faz se houvesse um
gesto, somente um gesto, daquele que foi o responsável pela grande ofensa, não
apenas a esta Casa, mas a todo o Parlamento. Ele foi eleito através de um
sistema de democracia representativa, assim como nós todos fomos eleitos, e
ele, simplesmente, para ofender este sistema ou dizer que não serve mais,
acredito que teria, em primeiro lugar, que renunciar, porque está eleito de
acordo com as regras estabelecidas aqui. Mas digo a V. Exa., Ver. Adeli Sell,
eu aceitaria - e não sei os meus companheiros - um pedido de desculpas formal
ao Parlamento. Eu acredito que isso viria a redimir o Sr. Prefeito Municipal da
falha que ele cometeu e do ataque sofrido por toda a democracia. Mas,
simplesmente, Vereador, querer dizer que esta discussão que aqui nós fazemos é
de menor importância, é não dar importância ao Parlamento, é não dar
importância à democracia. E eu tenho certeza absoluta de que esta não é a
intenção de V. Exa., conheço V. Exa. e sei bem do amor que V. Exa. tem pelas
instituições, mas não foi o mesmo amor que moveu o Prefeito Municipal de Porto
Alegre, quando estava fazendo aquelas declarações contrárias a este Parlamento.
Acho que todos os Vereadores que votarem contrários a esta Moção de Repúdio,
que não é um repúdio ao Sr. Prefeito Municipal, é um repúdio às suas
declarações, que me desculpem, porque cada Vereador tem autonomia, mas não
estão honrando o Parlamento que ocupam.
Eu acredito que todos nós
temos o dever de defender esta Instituição e as outras instituições que formam
o tripé da democracia. Se nós atacarmos qualquer uma dessas instituições, nós
estamos prestando um desserviço. Nós podemos, Vereador, criticar as
instituições, querer fortalecê-las, dizer dos seus erros, querer corrigir os
seus erros, assim como, a todo instante, nós tentamos, através desta Casa,
fortalecê-la através da correção dos erros que aqui praticamos, porque esta
Câmara, por incrível que possa parecer e que por mais contrários que querem ser
alguns Vereadores petistas, é formada de seres humanos. E, como seres humanos,
nós cometemos vários erros em vários instantes. Temos que ter consciência para
corrigir esses erros e, assim, corrigindo os erros, vamos acabar fortalecendo a
Instituição. E esta Instituição, hoje, Ver. João Dib, já é forte. Digo para V.
Exa. que esta Instituição, a nossa Câmara de Vereadores, serve de exemplo para
muitos Parlamentos em todo o nosso País. Não pode o Prefeito Municipal, no afã
de querer defender a sua permanência no Paço Municipal, já que se lançou como
candidato à reeleição, dentro do seu Partido, em uma declaração que li, em um dos
jornais da Cidade, não pode o Sr. Prefeito Municipal, no afã de querer
continuar no Paço Municipal, atacar esta Instituição. Deveria, se quisesse
fazer alguma coisa por essa Cidade, se quisesse trabalhar como Prefeito dessa
Cidade, em prol de toda a sociedade, estar aqui fortalecendo a Câmara de
Vereadores, deveria estar fortalecendo o diálogo com a Câmara de Vereadores,
coisa que ele procura enfraquecer a cada dia. Por isso, mantenho, pelo menos
até que haja um ato de nobreza por parte do Sr. Prefeito Municipal, o meu
Requerimento para que possamos renovar a votação dessa Moção de Repúdio às
declarações nefastas do Sr. Raul Pont contra esta Casa Legislativa. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar o Requerimento de
Renovação de Votação do Requerimento nº 108/99.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, profundo respeito pela democracia, mas que
democracia? Qual é a democracia que estava na cabeça ou nas intenções do Sr.
Prefeito Raul Pont quando teceu comentários sobre o Poder Legislativo? Que
intenções tinha S. Exa. se a democracia se faz de três Poderes - Montesquieu
que o diga -: Poder Executivo, Legislativo e o Judiciário? Se o PT, através do
Orçamento Participativo, a todo momento, investe dando a certeza de que quer o
esvaziamento da Casa Legislativa? Como vamos entrar em diálogo, Ver. Adeli
Sell, se o Prefeito referiu-se a esta Casa, desairosamente? Se foi em
Saint-Dennis ou se foi por aqui, pouco importa. O que interessa, o que fica no
âmago da questão é o menosprezo que S. Exa. tem para com o Poder Legislativo.
Aliás, o PT tem essa
preocupação de esvaziar o Poder Legislativo para dominar só ele, o único Poder,
com o Orçamento Participativo, fazendo a política de “populacho”, dizimando a
clientela política dos Vereadores, porque não podem mais interferir nos
bairros; perdem o contato, os Vereadores. E onde estão as sugestões? As
contribuições? As participações dos Vereadores? Não existem mais! Estão totalmente
acabadas. Nenhum Vereador tem a coragem de apresentar ao Poder Executivo uma
sugestão!
O Ver. Fernando Záchia está
fazendo a sugestão, há algum tempo, de asfaltarem a Rua Pedro Ivo, onde eu
moro, e eu não peço! Eu, Vereador de Porto Alegre, não peço o asfaltamento da
Rua Pedro Ivo, e moro lá! O Ver. Fernando Záchia insistentemente pede o
asfaltamento de uma avenida - é uma rua transformada em avenida, de mão única,
que, hoje em dia, se tornou de grande importância. E o Ver. Pedro Américo Leal e
o Ver. Fernando Záchia não ousam solicitar à Prefeitura essa medida.
Olhem a que os Srs.
Vereadores estão reduzidos! V. Exas. acreditam que isso é democracia? Que
democracia, se não há sugestões, se não há participação dos Vereadores?
“Vá ao Orçamento Participativo!
Dirija-se ao Orçamento Participativo para fazer o asfaltamento.” Foi a resposta
que me deu o Prefeito, que muito considero. Aliás, há seis anos coloquei “a
viola no saco” e não pedi mais nada a respeito de comunidade, de bairro. Estão
reduzidas todas as pretensões legislativas dos trinta e três Vereadores de
Porto Alegre através do Orçamento Participativo Ver. Isaac Ainhorn, acorde,
desperte, o Orçamento Participativo é uma arma do PT. Não é apenas uma
Administração a que eles visam, é o cerceamento de todas as aspirações do
Vereador, porque o Vereador fica ilhado nesta Casa sem poder ter nenhuma
pretensão de melhoria para os bairros que ele representa. De que adiantam os
trinta e três Vereadores, se eles não têm a oportunidade de pleitear nada para
a Cidade?
Eu desafio! O que Vossas
Excelências pedem para a Cidade? Digam-me! Pedem o quê? Levantem, levante um
Vereador e me diga: “Eu pedi tal coisa para a Cidade e me foi concedido”. O
quê? Nada. Nada! “Vá se dirigir ao Orçamento Participativo”. É o despacho que
dão na Prefeitura. Eis aí o apagamento do Poder Legislativo. Agora, S. Exa.
arrematou, dizendo que os Vereadores são dispensáveis. Ele concluiu que há
Câmara para quê? Para ele que pretende a hegemonia dos dois poderes num só: o
Executivo. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo encaminha a votação do Requerimento do Ver. Luiz Braz, pelo
PSDB.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a “Gazeta Mercantil” de Porto Alegre na sua
coluna política, mancheteia: “Pont recusa interferência parlamentar”. No texto
diz: “Se o processo estivesse regulamentado em lei para mudar o critério de
escolha de delegados, seria um inferno. “Outro dia, por falar nisso, Ver. Pedro
Américo Leal, o ex-Prefeito Tarso Genro, na Rádio Guaíba, disse que certamente
concordava com que um terço das pessoas, na época dele, do Orçamento
Participativo pertenciam ao PT, e que era partidarizado; ele reconhece esse
braço eleitoreiro-partidário feito pelo Orçamento Participativo.
“Eu teria que fazer um
Projeto de Lei, os Vereadores se escandalizariam e discutiriam por três meses
esta bobagem.” Como nós tivéssemos a capacidade de discutir bobagens aqui. Mais
do que isso: “A democracia representativa está à mercê dos Partidos, e quem não
os integra fica fora do jogo.”
Alain Touraine, que recebeu
um prêmio da Academia Brasileira de Letras como membro correspondente,
certamente, hoje, o maior sociólogo do Planeta, diz com muita sabedoria: muito
cuidado com as democracias participativas; muito cuidado com essa “democracia
direta”. Por quê? Porque a abolição dos Partidos, como se diz aqui, a
não-intermediação com a sociedade e poder através dos Partidos, era, inclusive,
a meta maior de todos os ditadores deste mundo. Quanto a esse aspecto da
burocratização, relacionando a corrupção nos Parlamentos, o Senhor Prefeito
esquece, também, que a corrupção também existe nos Executivos e nós não estamos
propondo a sua extinção.
O processo representativo
com toda a clareza tenta, sob todas as formas, ajudar o Executivo. Agora,
querer que nós apenas, de um forma subalterna, digamos amém a todos os Projetos
do Executivo? Quantos deles nós já aprovamos? E as cento e quarentas e poucas
funções gratificadas novas que criamos na Secretaria da Saúde e aprovamos,
sabendo que 30% desse valor vai direto para o PT, porque é descontado na folha
de pagamento? Essa é uma extorsão de um Partido que beira, que chega muito
perto do nazismo de esquerda.
Tenham muito cuidado com
esse amor acendrado a essa democracia direta, quando a representatividade tem
como função precípua a ligação preciosa dos interesses do povo junto ao Estado,
este mesmo Estado que agora alguns ditadores de plantão querem subverter
extinguindo os seus legislativos.
Nós, Câmara Municipal, não
vamos aceitar isso. O nosso repúdio a esse tipo de entrevista que tem, não na
linha, mas nas entrelinhas tudo o que abominamos durante muito tempo no mundo
inteiro de processos ditatoriais. É isso que vamos repudiar: um tipo de
declaração que não está na linha, mas nas entrelinhas. Neste Parlamento, todas
as pessoas são extremamente esclarecidas e entendem perfeitamente o que é uma
mensagem na entrelinha. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento do
Ver. Luiz Braz.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. A Renovação de Votação pretendida justifica-se
plenamente na medida em que tivemos uma decisão pouco comum, nesta Casa, em que
o Presidente teve que usar a prerrogativa do Voto de Minerva. A votação ensejou
um rigoroso empate e, naquele dia, havendo quórum, nós constatamos a ausência
justificada de pelo menos dois Vereadores que se encontravam em representação
da Casa e outros tantos que, justificadamente, não estavam presentes naquele
dia. Basta que verifiquemos o resultado da votação para vermos que estamos
longe do quórum de trinta e três Vereadores, que é o quórum máximo desta Casa.
Nós temos discutido essas
Renovações de Votação e até buscamos formar um conceito de quando elas seriam
admitidas. E um dos princípios que baseavam essa possibilidade era o
ajustamento da decisão que se quer ver renovada. Não se trata daquelas decisões
em que a Casa, por maioria quase absoluta, decide a favor e que algum
inconformado queira buscar uma Renovação de Votação. Não. Trata-se de uma
votação em que os conceitos, aqui, foram amplamente expostos e o debate
extremamente fértil, na medida em que permitiu que se adentrasse a campos de
discussão extremamente atuais, onde conceitos, posições e posturas estão
colocados em posições opostas quanto ao significado, à importância, ao valor e
à forma impossível de se substituir. Clareio mais o vernáculo: o sistema da
democracia representativa que nós liberais elegemos como bandeira, como a
melhor forma que a civilização encontrou de valorizar a ação pública, ação
política e buscar a conquista do bem-estar social, da igualdade política, do
respeito à cidadania, que, conceitualmente, define, no seu substrato, o
conceito da democracia representativa. Neste momento de discussão tão acirrada,
reabri este debate, um debate que, longe de se esgotar, longe de se exaurir,
apenas iniciou. Parece-me que é extremamente salutar. Por isso eu venho à
tribuna, em nome do PFL, emprestar a nossa solidariedade ao Requerimento que
visa renovar essa votação, restabelecer essa discussão e ensejar que a Casa,
sem necessidade de se valer do Voto de Minerva, possa, de uma vez por todas,
dizer: nós estamos de acordo com o Prefeito, o Prefeito tem razão, a democracia
representativa já se esgotou, não tem mais sentido, este Legislativo aqui não
deve nem continuar trabalhando, tem que parar, carece-lhe legitimidade,
autenticidade, ou - que é a hipótese que eu advogo e pela qual vou-me empenhar
- alertar o Sr. Prefeito de que longe de esgotar-se a democracia representativa
ela ainda continua sendo o meio mais adequado pelo qual a civilização
contemporânea entendeu de externar a vontade da cidadania e, sobretudo, a
igualdade política que todos nós, liberais ou não, preconizamos. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Para
fazer uma comunicação ao Plenário tem a palavra o Ver. Guilherme Barbosa.
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento):
Sr. Presidente, solicitei à Diretoria Legislativa para que tirasse cópias de um
texto que o Sr. Prefeito encaminhou ao Presidente da Casa, em que S. Exa.
esclarece, de forma taxativa e cabalmente, a cada um dos Srs. Vereadores, a sua
posição sobre esta questão que é fruto do nosso debate. Consulto a V. Exa., Sr.
Presidente, se há a possibilidade de interrompermos a Sessão por um minuto para
que as cópias sejam feitas e distribuídas aos Srs. Vereadores, porque o Sr.
Prefeito afirma que a matéria da “Gazeta Mercantil” foi cortada de uma longa
entrevista de uma hora. Então, o Sr. Prefeito encaminha à Casa, de próprio
punho, o seu posicionamento.
O
SR. PRESIDENTE:
Consultamos os senhores Líderes sobre a proposta do Ver. Guilherme Barbosa,
Líder do PT, para a suspensão da Sessão até que chegue ao conhecimento do
Plenário os argumentos do Sr. Prefeito.
O Ver. João Dib está com a
palavra.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, a Bancada do PPB concorda, até porque o Ver. Luiz Braz propôs que
se houvesse uma declaração do Prefeito estaria tudo resolvido.
O
SR. PRESIDENTE: Estão
suspensos os trabalhos da presente Sessão para que os Srs. Vereadores possam
receber as cópias das declarações do Sr. Prefeito.
(Suspendem-se os
trabalhos às 16h26min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 16h32min):
Estão reabertos os trabalhos.
O
SR. LUIZ BRAZ: Eu
constato a presença do nobre Vereador Juarez Pinheiro, 1º Vice Presidente desta
Casa, e pediria que S. Exa. ocupasse o cargo de Presidente.
O
SR. PRESIDENTE: Vereador
Luiz Braz, o Vereador Juarez Pinheiro teve que ausentar-se do Plenário.
Em votação nominal o
Requerimento que pede a Renovação de Votação do Requerimento nº 108/99,
Processo nº 1505/99, Moção de Repúdio ao Prefeito Municipal pelas suas
declarações publicadas na “Gazeta Mercantil”, no dia 3 de maio de 1999. (Após a
chamada.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): APROVADO por 20 votos SIM; 10
votos NÃO.
Retificamos o placar de
votação. O resultado real foi o seguinte: 21 votos SIM, 11 votos NÃO.
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes da Ata.)
Requerimento para alteração
da ordem de votação dos processos constantes nas folhas nº 5 (PLE nº 16/95),6
(PLL nº 023/97), 10 (PLL nº 008/99) a 15 (PR nº 50/98), de autoria da Vera.
Sônia Santos e Ver. Guilherme Barbosa com a concordância das demais Lideranças.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0637/95 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/95, que autoriza, na forma do artigo 12,
parágrafo único, da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, a alienação de
próprio municipal localizado na Rua João Alfredo, onde existiu o número 716,
independentemente de licitação. Com
Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e
rejeição da Emenda nº 01;
- da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela rejeição do Projeto e da Emenda
nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e
rejeição da Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora Verª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e
rejeição da Emenda nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, VIII, da
LOM;
- a Emenda nº 01 não será
submetida à votação, nos termos do art. 55 do Regimento.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PLE nº 016/95. (Pausa.) O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a matéria.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, confesso a V. Exas. que me surpreende muito que
estejamos discutindo esse Projeto de Lei, de autoria de S. Exa., o Sr. Prefeito
Municipal, que é um absurdo.
O Projeto de Lei coloca à
venda um terreno que deveria ser licitado, porque, diz o Prefeito, que o
terreno não é “construível”. Não é verdade. Vejam V. Exas. que eu estou dizendo
que é mentira. Eu entendo que mentira é falar contra o que se pensa para
enganar. Eu raramente uso o verbo mentir, porque penso que um homem público não
mente.
O terreno é “construível”.
Está aqui nesse Processo, em que pedi que fosse anexada a Resolução de 1984,
sancionada pelo Prefeito, dizendo que o terreno era “construível”.
Vou admitir que esse
Projeto, que teve quatro solicitações de diligência do Executivo, houve uma diligência
que foi devolvida em menos de dez dias, nós todos, Vereadores, sabemos da
dificuldade de receber uma resposta, em diligência, ao Executivo, mas, na
última das diligências, que foi feita por este Vereador, eu pedia que anexassem
o Processo, que originou o Projeto, e ele foi anexado.
O terreno está avaliado,
segundo a Comissão de Alienação de Imóveis, em 57 mil reais, e o Prefeito quer
vendê-lo por 11.900 reais. Eu não estou entendendo. Eu não estou dizendo que
haja corrupção, como fariam eles, se acontecesse com outras pessoas. É por isso
que eu não entendo que esse Projeto esteja sendo discutido, já que foi alertado
por mim que o terreno foi avaliado em 57 mil reais e está sendo proposta a sua
venda por 11.900.
Eu poderia continuar dizendo
muitas coisas, mas esperava que a Liderança Petista pedisse a retirada, a
sustação da votação deste magnífico exemplo do que não deve ser feito com a
coisa pública.
Em primeiro lugar, o terreno
é “construível” - há, aqui, uma homologação de parecer da Comissão de Alienação
de Imóveis.
Em segundo lugar, o terreno,
segundo a Comissão de Alienação de Imóveis, vale R$ 57.000,00 e está sendo
ofertado por R$ 11.900,00.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dib, onze mil e uns
quebrados é o valor original, mas, no próprio Projeto de Lei, está prevista a
possibilidade de correção do valor. De qualquer forma, o outro argumento de V.
Exa. é bem razoável, e eu já encaminhei à Mesa pedido de adiamento da discussão
do Projeto por duas Sessões.
O
SR. JOÃO DIB: Eu me
congratulo com V. Exa. Está correto o que V. Exa. diz, porque esse Projeto, da
forma como está, não poderá ser votado por esta Câmara. Saúde e paz.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Em
votação o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa solicitando o adiamento da
discussão do PLE nº 016/95 por duas Sessões. (Pausa.) Os Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0688/97- PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
autoriza o Executivo Municipal a construir monumento ou escultura e dá outras
providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do
Projeto.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão geral e votação o PLL nº 023/97.
Há um Requerimento do Ver.
João Dib solicitando a dispensa do envio da Emenda nº 1 ao referido Projeto à
apreciação das Comissões. Há, também, um Requerimento firmado pelo Ver.
Reginaldo Pujol solicitando que seja votada, em destaque, a expressão “ou
escultura” da ementa e do texto do caput do
art. 1º.
Em votação o Requerimento de
autoria do Ver. João Dib, solicitando dispensa do envio da Emenda nº 1 à
apreciação das comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados (Pausa.) APROVADO.
Em discussão o PLL 23/97 e a
Emenda 1. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir, coloco em votação.
(Pausa.)
Solicito que o Ver. Adeli
Sell assuma Presidência para que eu possa encaminhar a matéria.
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
Com a palavra o Ver. Juarez Pinheiro para encaminhar a votação do PLL nº 23/97.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto de Lei de autoria do Ver. Reginaldo
Pujol, autorizando o Executivo Municipal a construir monumento ou escultura e
dá outras providências. Diz o artigo 1º: fica o Executivo Municipal autorizado
a abrir concurso nacional para construção de um monumento ou escultura que
marcará a virada do Século.
O parágrafo único dispõe que
o monumento será localizado em ponto estratégico da Cidade em condições de ser
indicado como ponto turístico.
Portanto, o Projeto autoriza
a abertura de concurso nacional para construção de monumento ou escultura. Nós
temos uma Emenda, de autoria do Ver. João Dib, que dispõe: “ Inclua-se no art.
2º do Projeto, a Emenda com a
redação que segue: art. 2º - Como
forma de participação da sociedade porto-alegrense, o Executivo buscará obter,
junto a iniciativa privada e a comunidade em geral, a doação dos materiais
necessários à construção do monumento.”
Nós temos a solicitação da
votação em destaque da expressão “ou
escultura”. Assim sendo, o referido artigo, havendo destaque de “escultura”, e
não sendo aprovada essa palavra, ficaria apenas “monumento”. Não é isso, Ver.
João Dib?
Eu só peço, - ao fazer este
encaminhamento, já que ninguém discutiu a matéria, e não houve Liderança que,
no momento, tenha tido a disposição de fazê-lo, -para que tenhamos ciência
absoluta do que vamos votar.
Essa matéria, como temos discutido
aqui, Ver. Elói Guimarães, seria desnecessária, porque trata-se de matéria da
competência do Poder Executivo. E se formos ver, apenas tecnicamente, no que
tange a constitucionalidade e legalidade, por óbvio, haveria a interferência no
Poder Executivo, embora a Emenda formulada pelo Ver. João Dib visa escoimar o
aspecto da despesa que teria o Executivo, para que a proposição fosse aprovada
e executada.
Nós temos nesta Casa um
longo debate, relativamente aos Projetos autorizativos, destacam-se os Vereadores
Elói Guimarães e Pedro Américo Leal. Na verdade, embora o mérito da proposta,
apenas chamo a atenção de que realmente invade a competência do Poder Executivo
a proposta do nosso mais notável legislador, ao menos no que tange à qualidade
e quantidade de propostas, que é o Ver. Reginaldo Pujol.
Faço este encaminhamento
para chamar a atenção dos Srs. Vereadores e para que, na eventualidade de algum
veto, face à questão de legalidade e constitucionalidade, não venhamos depois
dizer que o Prefeito veta todas as proposições do Poder Legislativo. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar o PLL nº 23/97.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, votarei a favor do Projeto do Ver. Reginaldo
Pujol, sem, todavia, dizer que temos examinado na Comissão de Constituição e
Justiça, é uma matéria inconstitucional, mas isso dá a medida e o tamanho da
angústia do legislador em buscar realizações nos mais diferentes campos da sua
atividade. Volto a insistir que se trata de matéria típica do Pedido de
Providências.
Devo dizer à Casa, e está
nos jornais, que em minha segunda Legislatura solicitei, via Pedido de
Providências, um monumento a Zumbi. Tramitou, não sei se surgiu Projeto de Lei,
a imprensa, na época, deu destaque, porque fizemos uma discussão em torno da
matéria. Se não me falha a memória, na época, o Prefeito era o Ver. João Dib e,
no Pedido de Providências, eu solicitava que se plantasse, ao lado do monumento,
uma palmeira, que era para lembrar o Quilombo de Palmares.
Mas o Projeto de Lei do Ver.
Reginaldo Pujol é extremamente vago, mas é aquilo que temos discutido na Casa,
a angústia e a necessidade de se chamar atenção para as questões do interesse
da Cidade. É bom para a Capital do Estado ter, na virado do milênio, uma
escultura, um monumento que indique para esses novos tempos? Evidentemente que
sim, só que, do ponto de vista legal, da constitucionalidade, o que temos
reiteradamente colocado, se trata de um Projeto que fere a matriz da
constitucionalidade. A minha manifestação, aqui na tribuna, ao votar o Projeto
do Vereador, é no sentido de chamar a atenção que deveríamos, até o ponto que
seja possível, utilizar outros instrumentos que dispõe o Regimento para
levarmos à concretização matérias dessa natureza, porque se trata de uma obra,
com custos e, como tal, ao Vereador falece competência nesse sentido. Não temos
competência para aumentar a despesa pública, isso é matéria de competência
privativa do Sr. Prefeito Municipal. Fica, aqui, a nossa homenagem à lembrança,
ao destaque que a Casa está fazendo com o presente Projeto, no sentido de se
criar alguma coisa na Cidade para saudar, para marcar, para eternizar, talvez
no bronze, a virada do milênio.
A nossa manifestação é
favorável, mas com as observações feitas à margem da discussão e colocação que
fiz. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Dib está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 32/97.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou concordar, em parte, com o nobre Ver. Elói
Guimarães, quando diz que esse Projeto de Lei do Ver. Reginaldo Pujol poderia
ser apenas um Pedido de Providência. Poderia ser um pedido de providência, se o
Executivo Municipal estivesse aberto a análise dos Pedidos de Providência dos
Vereadores desta Casa. Não concordo com o Ver. Elói Guimarães, Presidente da
Comissão de Justiça, no que se refere à inconstitucionalidade, porque esse
Projeto não trará, se o Executivo for inteligente e diligente, nenhum custo ao
Município, até porque a Emenda que apresentamos propõe que o Executivo possa
receber doações de todas as entidades e também de pessoas físicas e jurídicas
que desejarem.
Quando eu era Secretário do
Governo, propus que fizessem um monumento na Esplanada do Papa, com a
contribuição da população, sendo que a Prefeitura erigiu lá um monumento que
não lhe custou um centavo. A população ajudou, o artista José Antônio Russo fez
o Projeto, acompanhou a execução, sendo que a implantação não custou nada.
Quando eu era Prefeito, fiz
erigir um monumento à mãe, no Largo da Rodoviária, sem nenhum custo para a
população, também um Projeto de José Antônio Russo.
Enquanto Vereador, estando
na lei, apesar das dificuldades colocadas pela Prefeitura de Porto Alegre, lá
está, no Largo, na frente do Ginásio da Universíade, um monumento ao Pracinha
barbaramente degolado e que não custou um centavo para a Prefeitura, sendo
patrocinado pela população.
A Proposição do Ver.
Reginaldo Pujol é absolutamente correta.
A virada do século é
importante, e mais que a virada do século, é a virada do milênio, e não há
razão para não fazer um belo monumento para chamar a atenção daqueles que
visitam Porto Alegre, demonstrando que estávamos preocupados com essa data, com
a nossa Cidade e que gostaríamos, com esse monumento, de dar um abraço ao novo
século que chega, mas também ao novo milênio, pedindo que o novo século e
milênio traga muita saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar a votação do PLL nº 23/97.
V. Exa. dispõe de 5 minutos.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou buscar não ocupar os 5 minutos e, até, era
nossa intenção não usar este tempo de encaminhamento, porque se trata de uma
matéria que não traz polêmica e nós pouparíamos os companheiros de
representação popular de uma discussão mais alongada.
O Vereador Vice-Presidente
da Casa teve a oportunidade de sair da Presidência dos trabalhos e vir à
tribuna, de forma até bem didática, expor o que estava sendo votado e alertar
para algumas circunstâncias que são uma polêmica maior, aqui na Casa, e que
dizem respeito à extensão da capacidade legislativa. Ele se filia a uma corrente,
de certa forma acompanhada pelo Ver. Elói Guimarães, que da tribuna manifestou
o seu apoio ao Projeto, corrente essa à qual eu não me filio, eu sou partidário
de que temos que abrir o máximo possível a capacidade de o Vereador legislar.
O Ver. João Dib teve o
condão de contribuir com uma Emenda ao Projeto, solicitou que requerêssemos o destaque para a expressão “ou
escultura”, o que nos permite, inclusive, reduzir a extensão do Projeto, porque
nós pedimos, em atendimento ao Ver. João Dib, esta situação de destaque para
que se possa retirar do texto a expressão “ou escultura”. O Ver. João Dib,
repito, com a sua Emenda, elide quase que por inteiro qualquer resquício que o
mais enraizado legalista pudesse ter. Nós temos vários monumentos que foram
objeto de lei municipal e que tiveram exatamente a iniciativa de Vereadores ou
ex-Vereadores que passaram por esta Casa, que propuseram e tiveram o cuidado de
colocar aquilo que o zelo do Ver. João Dib veio colocar na lei: a possibilidade
de que os recursos para a edificação deste monumento provenham de uma
contribuição popular, que certamente ocorreria, ensejando que Porto Alegre
tivesse algum marco para assinalar este fato que o mundo inteiro está
assinalando, que é a virada do milênio, que só ocorre de mil em mil anos. E
coincide que nós somos Vereadores desta Cidade na véspera desta mudança de
milênio. Esta proposta vem desde 1997, não é oportunista, só porque agora
chegamos ao ano 2000. Acredito, tranqüilamente, que os Srs. Vereadores não
terão que violentar nenhum princípio se nos acompanharem nesse Projeto de Lei,
seguindo, inclusive, uma orientação muito sábia de um dos mais qualificados
Vereadores da Casa, que é o Ver. Elói Guimarães, cujas palavras, na sua
intervenção, subscrevo inteiramente por sabê-las recheadas de sabedoria, de
conhecimento jurídico e sensibilidade política nesse momento. Confio na
aprovação. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o PLL nº 023/97. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em votação nominal o
destaque à expressão “ou escultura” aposta ao PLL nº 23/97. (Após a chamada.) REJEITADO por 21 votos NÃO e 6 votos SIM.
Em votação a Emenda nº 1.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0669/99- PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto
Garcia, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do Profissional de
Educação Física e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. José Valdir: pela aprovação do Projeto.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PLL nº 008/99. (Pausa.) Não havendo quem queira discutir. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO o Projeto com a
abstenção do Ver. Juarez Pinheiro.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0772/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/99, que autoriza a alienação de próprios
municipais.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
-
da CEFOR. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA, Art. 82, § 1º, VIII, da LOM.
O
SR. PRESIDENTE:
Discussão geral e votação do PLE de nº 003/99. Em discussão. (Pausa.) Não
havendo quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0821/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 016/99, de autoria da Mesa Diretora, que altera
a Lei municipal nº 5395, de 05 de janeiro de 1984, que proíbe ao Município a
contratação de força de trabalho, em caráter permanente, através de pessoas
físicas e de empresas intermediárias ou locadoras de mão-de-obra, acrescentando
parágrafo ao artigo 1º e dando outras providências.
Observação:
- dispensado de Parecer
nos termos do Art. 102, § 4º do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE:
Discussão geral e votação do PLL de nº 016/99. Queremos informar que há um
destaque para esse Processo. Em destaque a expressão “e manutenção”, no
parágrafo único proposto ao Artigo 1º.
O
SR. LUIZ BRAZ (Requerimento):
Sr. Presidente, nós temos um acordo de Mesa e Lideranças, eu gostaria muito de
votar este Projeto com toda a consciência, como sempre faço com todos os
Projetos nesta Casa. Solicito adiamento da votação por uma Sessão deste
Projeto. Eu gostaria de conversar com V. Exa. a respeito desse assunto, se V.
Exa. me conceder esse benefício, eu pediria o adiamento de votação por uma
Sessão.
O
SR. PRESIDENTE: Eu já
havia conversado com V. Exa. na Sessão anterior, quando do pedido de adiamento
para hoje. Vereador, essa é apenas uma alteração da lei, depois teremos que
fazer um Projeto de Resolução, onde serão fixados os detalhes do procedimento.
Se demorarmos muito, praticamente estaremos perdendo meses, mas eu não tenho
pressa, não há açodamento, tenho discutido abertamente com todos os Vereadores,
já foi discutido amplamente. Eu aceito a sugestão de V. Exa. dentro do espírito
democrático, ou seja, quanto mais discutido melhor.
Em votação o adiamento de
votação por uma Sessão do PLL nº 16/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3176/97 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera o Regimento da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Com
Emendas nºs 01 a 18 e Subemenda nº 01 à Emenda nº 06.
Parecer:
- da Comissão Especial: Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto e das
Emendas nºs 01, 02, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 15 e Subemenda nº
01 à Emenda nº 06; pela rejeição das Emendas nºs 03 e 14.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,§ 1º, II, da LOM;
- discussão e votação nos
termos do art. 126 e seus §§, do Regimento da CMPA;
- discutiram a matéria os
Vereadores P.A.Leal, L.Braz,
E.Guimarães, G.Barbosa, J.Pinheiro,
C.Martini, C.Sebenelo e R.Pujol.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão geral e votação o Projeto de Resolução nº 32/97.
Está entrando, neste
momento, uma Emenda de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia e do Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, conversei com algumas
Lideranças, não foi possível falar com todas, mas eu pretendo pedir o adiamento
da votação por duas Sessões, para aprofundarmos o debate que começou na Sessão
passada, o tempo não foi suficiente, têm muitas modificações importantes, eu
acho que ai nós vamos votar com mais propriedade.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, concordando plenamente com a proposta do
Ver. Guilherme Barbosa, só indago a V. Exa. se os pedidos de destaques são
feitos só na discussão ou depois, no período de encaminhamento.
O
SR. PRESIDENTE: Não, até
antes de iniciados os encaminhamentos.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT:
Sr. Presidente, concordando com o Ver. Guilherme Barbosa, quero apenas pedir
destaque para a Emenda 01, e formalizo, agora, imediatamente.
O
SR. PRESIDENTE: Então há
um Requerimento de adiamento por duas Sessões. Entrou mais uma Emenda, e ainda
um destaque da Emenda número 01 feito pelo Ver. Antonio Hohlfeldt. Em votação o
adiamento do PR nº 32/97, Proc. l376/97, por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO o adiamento por duas Sessões.
Srs. Vereadores, na Sessão
passada já entraram, por acordo, três Emendas e está entrando mais uma. As
Emendas ou necessitam de parecer, ou votamos pela sua não-ida às Comissões para
parecer.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas colaborando com V. Exa., nesta fase
não seria mais possível, pelo rito de alteração do Regimento, a entrada de
novas Emendas. Aquelas que entraram, apenas o foram por um acordo de todas as
Lideranças. Então, é preciso ficar bem claro para todos nós que não é mais
possível a entrada de Emendas individuais, a não ser que haja uma concordância
de todas as Lideranças - isso eu acho que é importante ficar clarificado - e,
mesmo assim, haveria risco do próprio Regimento. Então, nesse sentido, não há
mais essa possibilidade de Vereador, individualmente, estar entrando com
Emenda. As próprias Emendas que ingressaram, num acordo de Lideranças, o foram
em cima de um patamar político de importância das matérias, mas não há mais
espaço para a entrada de Emendas de Vereadores.
O
SR. PRESIDENTE: Bem,
como disse V. Exa., é preciso a concordância de todas as Lideranças. Se a
Bancada de V. Exa. fala por V. Exa. já há uma discordância da Liderança do PT.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Não, Sr. Presidente, nós não estamos discordando, apenas
estamos querendo colaborar com a Presidência, porque esse é um processo com
rito diferenciado, e parece que, se transferirmos a discussão por duas Sessões,
ainda haveria a possibilidade de os Vereadores fazerem Emendas. Essa
possibilidade não existe mais. Existe, sim, a possibilidade de estudarmos,
aprofundarmos a discussão para podermos votar com toda a consciência. As
Emendas que ingressaram na Sessão passada tiveram o aval de todas as
Lideranças. Vou citar as Emendas: do Ver. Isaac Ainhorn, que tratava de
apresentação de votos de congratulações, e uma Emenda, que todas as Lideranças
assinaram, de inversão da ordem dos trabalhos nas Sessões. Essas duas Emendas,
com certeza, tiveram a aprovação de todas as Lideranças. Hoje ingressaram
outras Emendas que eu não sei se tiveram ou não. Eu quis apenas colaborar no
sentido de elucidar que esse processo é diferenciado, como V. Exa. já havia
dito, para que os Vereadores não pensem que podem continuar fazendo Emendas.
Está vedado pelo Regimento.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, se V. Exa. permite, quero fazer minhas as
palavras do Ver. Juarez Pinheiro. Eu acho que nós temos que chegar a um ponto
final, senão, nós não resolver esta matéria, e acho que chegou o momento de
encerrarmos isso. Não é possível mais remeterem-se Emendas.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente, concordando plenamente com os Vereadores, apenas me permito
lembrar, ao Ver. Juarez Pinheiro, concordando inclusive no mérito do que ele
levanta, que ao votarmos a transferência da votação e, portanto, encerrarmos o
prazo da discussão, automaticamente não há mais espaço para Emenda. Então, de
uma certa maneira, a questão está ultrapassada. Eu acho que momentaneamente o
Ver. Juarez Pinheiro tinha razão, mas a partir do momento em que encerramos a
discussão e passamos à votação e adiamos a votação, ao entrarmos na votação e,
por isso a minha Questão de Ordem anterior, tanto destaque quanto Emenda não
entram no período de votação. Portanto, está morta a questão, ou seja, não
corremos mais risco de novas Emendas. O Ver. Juarez Pinheiro tem razão no
mérito, agora, no ponto de vista formal, tirando essas duas que entraram aí,
que eu assinei para colaborar com o Ver. Carlos Alberto Garcia,
independentemente do mérito, nós não temos mais como receber Emendas. Então a
coisa está morta, nós vamos votar isso que está aí. Se o Ver. Juarez Pinheiro
expressou que não tem oposição formal às duas Emendas anteriores, acatam-se
essas duas, independentemente do mérito, e temos a votação encaminhada, sem
maior problema. Era essa a minha colaboração com a Mesa.
O
SR. PRESIDENTE: Só
ocorre um problema, essa última Emenda que entrou não tem a assinatura de todas
as Lideranças.
O
SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem):
Vereador-Presidente, eu não sei se V. Exa. encerrou formalmente a discussão. Na
Sessão passada, a discussão não havia sido encerrada, o que houve foi um pedido
deste Vereador para adiarmos a Sessão e não houve quórum para votarmos o
Requerimento. Isso significa que a discussão não se encerrou. Aí, nós
combinamos, houve um acordo com todos os Vereadores de que Emendas que fossem
assinadas por todas as Bancadas poderiam, ainda, tramitar.
O
SR. PRESIDENTE: Vamos
entrar agora em um novo acordo. Vamos colher as assinaturas de Lideranças para
essa Emenda recém-proposta e eu considero encerrada a discussão, e não vão
entrar mais Emendas. A votação fica adiada por duas Sessões.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a questão que suscitou dúvidas entre os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, João Carlos Nedel e este Vereador é no sentido de
que havia entendimento, no caso do Vereador Antonio Hohlfeldt e este Vereador,
de que V. Exa. já tinha encerrado a discussão. Os Vereadores João Carlos Nedel
e Luiz Braz têm entendimento diferente.
O
SR. PRESIDENTE: Vereador
Juarez Pinheiro, o Vereador Luiz Braz refere-se à Sessão anterior; os Vereadores
Paulo Brum e Antonio Hohlfeldt referem-se à Sessão de hoje. Hoje, eu já havia
encerrado a discussão. Aí adentrou uma Emenda. Eu até poderia não aceitar essa
Emenda, mas dentro daquele entendimento de não radicalizar, acordamos que se
houver assinatura de todas as Lideranças, será a última Emenda a entrar.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: V.
Exa. esclareceu o assunto. Portanto, a questão levantada pelo Vereador Antonio
Hohlfeldt procede, a discussão está encerrada e não cabe mais nenhuma Emenda a
partir de agora?
O
SR. PRESIDENTE: Sim,
agora esta Presidência encerrou.
Registramos a presença do
Vereador Antônio Costa, do PDT, da Câmara Municipal de Santa Maria. Vereador, é
um prazer recebê-lo. V. Exa., se quiser, pode ocupar uma Bancada no Plenário. O
Vereador Elói Guimarães fará as honras da Casa, em nosso nome. Um abraço à
nossa querida Santa Maria.
Está encerrada a discussão e
adiada a votação da matéria do Regimento por duas Sessões.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
2636/98 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 040/98, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que altera o inciso
III do art. 120 da Resolução nº 1178, de 16 de julho de 1992, com a alteração
introduzida pela Resolução nº 1232, de 25 de abril de 1994 (Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre). Com Emendas
nºs 01, 02 e 03.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação
do Projeto.
Observação:
- discussão geral nos termos do § 1º do art. 126 do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE: Em
discussão o PR nº 040/98. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, consulto V. Exa., como Presidente da Casa,
sobre este Projeto do Ver. Cláudio Sebenelo que, na verdade, modifica o
Regimento interno da Casa. Estamos, praticamente, trabalhando sobre problemas
que consecutivamente surgem e que nos dão a possibilidade de outra decisão.
Eu acho que seria prático
que não cogitássemos agora. O que V. Exa. decidir, está decidido.
O
SR. PRESIDENTE: É que
este Projeto correu paralelo. Vou consultar a Diretoria Legislativa e, após o
pronunciamento do Ver. Adeli Sell, darei um retorno a V. Exa.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Pedro Américo Leal, de fato, tem razão:
trata-se, na verdade, de uma mudança no Regimento, portanto, seria,
basicamente, uma Emenda ao Projeto que estávamos discutindo anteriormente.
Quer, o Ver. Cláudio
Sebenelo, que, nas Sessões previstas para a discussão especial de Pauta,
modifiquemos para que até seis Vereadores, durante dez minutos cada um, falem.
Hoje, são os mesmos sessenta
minutos, sendo que quatro Vereadores falam. Para nós, não há nenhum problema,
em absoluto, aumentar para seis Vereadores falando cada qual dez minutos.
Achamos justo. Inclusive, o Vereador fez uma Emenda que acho que modifica de
forma correta. Porque, originalmente, o Vereador propunha que ficassem
limitadas as inscrições a dois Vereadores por Bancada. Ora, era um limitador
que não cabia, e o Vereador corretamente, na nossa opinião, modificou.
Nós temos concordância com
essa modificação; nós achamos que enriquece o debate, mais Vereadores falarão;
há possibilidade de ampliar para mais Bancadas e, evidentemente, é algo muito
positivo, porque nós tratamos nessas discussões de temas de fundo, como a
questão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a questão do Orçamento, entre
outras. Nós propusemos uma Emendas, pela Liderança da nossa Bancada, que coloca
a seguinte questão: além dessa modificação, estamos propondo que, nas falas de
Liderança, nós tenhamos uma alteração, ou seja: hoje fala um Vereador pela
Liderança de um partido, independentemente do número de Vereadores que cada
partido tenha. A nossa proposta, para enriquecer o debate, é de que a Comunicação
de Liderança poderá ser utilizada da seguinte forma: uma só vez por Sessão pela
Bancada composta de até quatro Vereadores; duas vezes, até oito Vereadores, e
três vezes pela Bancada composta de nove ou mais Vereadores. Dessa forma,
estamos propondo uma democratização do uso da Liderança, porque vejam o
seguinte: uma Bancada maior, como é o caso, nos dias de hoje, uma Bancada de
situação, fica numa situação completamente desproporcional, porque falando a
Liderança que tem doze Vereadores, colocando uma questão que seja polêmica,
poderão falar seis, sete, oito Bancadas contra.
Então, nós temos uma
desconformidade no debate político, no debate partidário. Afinal, esta é uma
Casa plural e para resguardar a pluralidade da Casa, nada mais justo, nada mais
correto do que fazer um contrabalanço pela posição que nós estamos adotando com
a nossa Emenda, a Emenda nº 01. Vejam o seguinte: é bem clara, bem precisa,
Ver. Cláudio Sebenelo, a nossa posição, porque não é fortuito que a Bancada do
PT, que tem doze Vereadores, tenha o Líder da Bancada e três Vice-Lideranças.
Isso exatamente para fazer o contrapeso, para mostrar a diferença que existe de
peso de cada Bancada.
O
Sr. Cláudio Sebenelo: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Só uma frase, Vereador.
Primeiro, não foi isso que nós combinamos. Em segundo lugar, nós estamos
falando em Pauta Especial, não estamos mexendo em nada genericamente no
Regimento. É apenas na Pauta Especial, e aí a igualdade teria que ser só e
exclusivamente na Pauta Especial.
O
SR. ADELI SELL: V. Exa.
apresentou uma Emenda ao Regimento . Cabe a discussão, porque trata-se de
mudança no Regimento. Então, não estamos fazendo nenhuma proposta fora de
propósito. V. Exa. tenta colocar apenas uma questão. V. Exa. pensa mais na eqüidade
quanto ao uso da Pauta Especial; não há porque desconsiderar, então, a Emenda
que estamos apresentando. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Esta
Presidência responde ao Ver. Pedro Américo Leal: ocorre que o Ver. Cláudio Sebenelo
quis emendar o projeto-geral relatado por V. Exa. em Comissão Especial, só que,
perdendo o prazo para as Emendas, então fez a Emenda individualmente. Qualquer
Vereador tem esse direito.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Muito
obrigado, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Dib está com a palavra para discutir o PR nº 40/98.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Aquele milionário americano que foi procurar o
guru hindu, porque tinha muitos problemas, ficou sentado durante uma manhã
inteira para ser o último a ser ouvido. Quando chegou na frente do guru, ele
disse: “antes de colocar o meu problema, vou-lhe fazer uma pergunta o Senhor
atendeu duzentas pessoas e as duzentas pessoas, aparentemente, saíram todas
felizes e todas tranqüilas, mas de longe eu observei e acho que o Senhor disse
para todas a mesma coisa. E o guru disse: “é verdade”. “E o que o Senhor
disse?” O guru respondeu: “simplifica, meu filho, simplifica.” É tudo o quanto
tem que ser feito. O Ver. Cláudio Sebenelo, preocupado com as discussões na
Pauta Especial quando discutimos as Diretrizes Orçamentárias, ou quando
discutimos o Orçamento da Cidade, onde existem quatro tempos de quinze minutos
cada um, apresentou um Projeto de Resolução alterando o Regimento, fazendo com
que em vez de quatro tempos tivéssemos seis tempos de 10 minutos, e não quatro
de quinze, totalizando uma hora.
Inteligentemente, ele
colocou um apêndice, para provocar. Mas, tão inteligentemente quanto quando
colocou o apêndice, uma Emenda foi feita e, dessa vez, foi assinada pelo nobre
Ver. Guilherme Barbosa, pelo Ver. Cláudio Sebenelo e por este Vereador.
Terminam todas as dúvidas,
tudo quanto querem o Ver. Cláudio Sebenelo e o Ver. Guilherme Barbosa é que, ao
invés de quatro tempos de quinze minutos, nós tenhamos seis tempos de dez
minutos e que as inscrições se façam da forma que são feitas até agora.
Então, todas as Emendas
desaparecem porque, também, inteligentemente, o Ver. Guilherme Barbosa
contrapôs a proposição do Ver. Cláudio Sebenelo.
Agora, fica tudo tranqüilo,
quando três Vereadores assinaram uma Emenda e o guru diria com toda a
tranqüilidade: “Simplificou, meu filho, simplificou”.
O
Sr. Guilherme Barbosa:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, perfeita a
intervenção de V. Exa. É que foi apresentada a Emenda nº 03, que se refere à
possibilidade de licença do Vereador Suplente ao tomar posse num tempo mais
longo.
O nosso Regimento,
atualmente, diz que licença de saúde só é possível após 180 dias corridos no
mandato.
Então, nós estamos propondo
um tempo mais curto, através da Emenda nº 03, para que o Vereador Suplente
possa ter o direito à licença-saúde.
Aconteceu um caso aqui,
muito recente, quando a Vera. Sonia Saraí tomou posse, ao descer da tribuna,
torceu o pé e, no dia seguinte, precisou ficar em repouso e não teria direito à
licença-saúde.
Então, eu gostaria que V.
Exa. também examinasse essa Emenda nº 03.
O
SR. JOÃO DIB: Eu acho
muito bem colocado. Inicialmente, houve uma preocupação de fazer de 180 dias e
estes foram reduzidos para sessenta.
Realmente, a Vera. Sonia
Saraí, no dia em que assumiu, torceu o pé.
De qualquer forma, eu penso
ser correto que não sejam necessários os 180 dias, mas se propõe a redução para
60 dias, o que é tranqüilo, sereno, e o guru também diria: “Simplificou, meu
filho, simplificou”, não teria problema nenhum.
Eu encaminho favoravelmente,
também, à Emenda proposta pelo Ver. Guilherme Barbosa. Saúde e paz. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 40/98.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a proposta de modificação no Regimento, do
Vereador Pedro Américo Leal, deve-se à profunda frustração das pequenas
Bancadas por não participarem dos debates da Pauta Especial. Atualmente, há
quatro vagas, tendo cada um dos quatro Vereadores quinze minutos para as suas
manifestações.
As Bancadas com maior número
de componentes têm a facilidade de poderem colocar três ou quatro Vereadores de
plantão para as inscrições; as pequenas Bancadas, mesmo chegando trinta,
quarenta minutos antes da hora, vêem-se obstruídas por aqueles das Bancadas
maiores que já estavam de plantão. Então, a vaga é de quem chega mais cedo. Eu
considero esse um bom critério, porque as pessoas se obrigam a chegar na hora,
apesar de alguns “nobilérrimos” Vereadores não precisarem de qualquer estímulo
para chegarem no horário, sendo sempre os últimos a sair.
Eu considero fundamental que
se faça a modificação de quatro para seis vagas, em nome de um processo
democrático, isso é, que haja chance não só de uma Bancada ocupar a Pauta
Especial, especialmente na discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é
um mundo imenso dentro da Capital, com enorme complexidade de assuntos. Que
haja uma probabilidade maior de outras Bancadas se manifestarem, porque, na
maioria dos casos, estava havendo um predomínio tão esmagador da Bancada da
situação que não se estabelecia o contraditório. Esse era, realmente, um
problema sério sofrido por todas as Bancadas minoritárias.
O
Sr. João Dib: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Cláudio Sebenelo,
eu quero fazer justiça a V. Exa: V. Exa. é um dos que primeiro chega nesta
Plenário em todos os dias de reunião. Portanto, a Emenda que está sendo
proposta por V. Exa. não é senão uma maneira de fazer com que mais Vereadores
tenham tempo de dizer as suas idéias. E quem não conseguir dizer em dez
minutos, não vai conseguir nem em quinze nem em uma hora.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO:
Muito obrigado pelo seu aparte. É o reconhecimento de um trabalho. Muitos
outros Vereadores tem sua presença constante, aqui, permanente, na luta pelas
suas idéias. Isso, não mais que nossa obrigação, também, deve ser elogiado,
porque mais do que uma obrigação como Vereador, é o respeito ao voto que o traz
a esta tribuna. E mais do que isto, é o respeito aos colegas de trabalho. Isto,
realmente, é imprescindível, temos que abrir o leque, ouvir um número maior de
pessoas.
O Ver. Juarez Pinheiro tem-se destacado em relação ao Regimento,
pedindo, encarecidamente, que se dê valor ao Grande Expediente, às
Comunicações, que nesses horários sejam estabelecidas grandes disputas
ideológicas e políticas, pois é o processo de enriquecimento da Casa e de cada
um de nós, Vereadores, aprendendo com os seus Pares. Temos, também, na Pauta
Especial, que mais privilegiava tempo, quinze minutos; podemos dividir esta
hora, em vez de quatro, seis pessoas, cada uma com dez minutos. E sem nenhum
compromisso da síntese, pois dez minutos é um tempo magnífico, inclusive com
algum poder de consolidação do pensamento. Podemos sintetizar nossa opinião,
discutir nossa ideologia, fazer o contraditório, principalmente, com interesse,
despertando, provocando no pensamento antagônico o contraditório, a resposta,
que é o que queremos.
A monocórdica passividade de
uma só opinião, por melhor que seja, por mais preparado que seja o Vereador,
especialmente quando temos o privilégio de entrar na casa do telespectador, e
gozarmos dessa audiência fantástica do Canal 16, TV Câmara, temos a obrigação,
também, de sermos sintéticos e, mais do que isso, de lutarmos por nossas
idéias. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Renato Guimarães está com a palavra para discutir a matéria do PR nº 40/98.
O
SR. RENATO GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero chamar a atenção do Ver. Américo Leal e
fazer um registro, no sentido de que a nossa Bancada tinha uma proposta que era
a de alterar a ordem do Grande Expediente, para vir logo após a Pauta. E,
naquele momento, entendemos que essa proposição tinha que passar pela
reformulação do Regimento e encaminhamos no sentido do trabalho que estava
sendo feito. Portanto, registro essa contradição, o que é uma pena, porque
havia um processo instituído na Casa.
Gostaria de fazer três
registros. Primeiro, dizendo que o atual Regimento não restringe a inscrição na
Pauta Especial por Bancada, ele apresenta uma construção de ordem de falas por
chegada ao Plenário. Então, aumentar de quatro para seis, não muda o sentido de
como vai se constituir essa ordem, que é por chegada ao Plenário e não por
Bancada previamente, ou por inscrição anterior. Eu acho que este é o primeiro
debate que devemos fazer. Mas de fato há que se fazer um registro, a intenção
torna mais plural o debate sobre a questão do orçamento anual. E com isso
concordamos, que é a retirada de quatro intervenções de quinze minutos,
passando para seis intervenções de dez minutos. Isso propicia que um conjunto
maior de Vereadores possa fazer o debate. Achei também que o Ver. Cláudio
Sebenelo foi sensível, e registrei isso no momento em que correu Pauta, no meu
ponto de vista a sua proposta de limitar por Bancada era sectária e ideológica,
e o Vereador reconheceu isso e voltou atrás aceitando a negociação de uma
Emenda que torna de fato plural a sua intenção.
Para finalizar, gostaria de
dizer que pelo tamanho da importância que é debater o orçamento anual, e
estamos vendo isso nos debates permanentes que esta Casa está fazendo, debates
esses, eu diria até, paralelos aos que se faz na questão do Orçamento
Participativo, porque, se formos levar em conta que esta Casa tem a
possibilidade de fazer cinco Pautas Especiais, com quatro inscrições, agora com
seis inscrições, serão trinta oradores que poderão tratar do Orçamento Anual. É
muito importante fazer esse debate. Quero resgatar isso, para um debate
anterior que estávamos fazendo, de qual é o papel do legislador em tratar do
Orçamento da Cidade, querendo confundir a história do Orçamento, que é a peça
que vem para a Câmara, para ser estudada e aprovada, com o processo de
construção do próprio povo no Orçamento Participativo. Essa mudança propicia
que nos aprofundemos mais ainda no debate da peça orçamentária, para podermos
contribuir com o processo que os cidadãos constituem na Cidade, que é o
Orçamento Participativo. No meu ponto de vista, essa alteração do Regimento da
Casa vai propiciar que mais Vereadores falem, pois existirão trinta
intervenções. Eu não sei como se fazia o debate do Orçamento na época em que o
Ver. João Dib era Prefeito de Porto Alegre, se ele tinha esse calor todo que
tem hoje, com propostas, tentando regulamentar, o povo participando,
discordando. Eu penso que um dia teremos que fazer uma avaliação melhor sobre
isso, porque vemos muito o Ver. João Dib falar daquele período, e nós fazíamos
movimentos estudantis e comunitários e as informações e processos que tínhamos
não eram assim como são colocados. Mas, Ver. João Dib, a medida que o Ver.
Cláudio Sebenelo propõe é importante, porque chama a Casa ao seu papel de
discussão do Orçamento Anual.
O
Sr. João Dib: Vossa
Excelência permite um aparte? (Assentimento do Orador.) Nobre Ver. Renato
Guimarães, na época em que eu era Prefeito, o Orçamento se fazia para resolver
os grandes e pequenos problemas da Cidade. A prova está que a Cidade continua
andando bem, apesar de terem esquecido as grandes obras.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Venho
da região norte e leste da Cidade e o conjunto das antigas Lideranças dessas
comunidades colocam que, na sua época, aquelas regiões ficaram esquecidas. É só
um registro, mas, quem sabe se naquela época tivesse um método um pouco mais
participativo, aquelas comunidades não teriam ficado esquecidas como ficaram.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PR nº 40/98.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Senhor
Presidentes e Senhores Vereadores, esta Casa, mercê da experiência de alguns
Vereadores já de vários mandatos neste parlamento, e também de alguns novos
como eu, Ver. Cláudio Sebenelo e outros, no momento em que o Estado, e esta
Cidade, principalmente, está dividida em duas posições políticas bastante
diversas, está conseguindo superar essa situação que faz parte da nossa vida,
enquanto representantes públicos, e corrigir algumas distorções no Regimento e
nas relações entre os Vereadores, o que me parece digno de nota. O Ver.
Sebenelo apresentou uma proposta que, no final, é importante, porque ela
propicia o debate de mais representantes do povo nesta Casa, passando de quatro
para seis o número de oradores.
Ver. Cláudio Sebenelo, eu
apenas subi a esta tribuna porque V. Exa. fez um lamento de que as pequenas
Bancadas não conseguem, por vezes, expressar a opinião de suas greis
partidárias. Se V. Exa. faz esse lamento, o que sobra para a Bancada do Partido
dos Trabalhadores, que tem quase a metade do número de parlamentares desta
Casa, que conseguiu eleger o Prefeito desta Cidade pela terceira vez, e que tem
apenas uma Comunicação de Liderança? Numa atitude de boa vontade, e para não
desvirtuar a proposta de V. Exa., nós retiramos a Emenda nº 1, que também
alterava a questão das Comunicações de Líder. A estrutura do Regimento divide
as intervenções de acordo com a situação de cada momento da Sessão; na Pauta,
por exemplo, são os Vereadores que se interessam por falar, são cinco, e são os
que chegam primeiro; nas discussões dos Projetos todos podem falar; nas
Comunicações de Líder, houve o entendimento de que cada grei partidária precisa
colocar a posição do seu Partido. Mas de nós, que temos maioria da população
desta Cidade, que temos quase a metade dos Vereadores desta Casa, ficam
cobrando por que nós não respondemos quando fala o PSDB, o PPB, o PTB, o PMDB,
o PSDB. Apenas para fazer essa referência, apesar disso, estamos de acordo com
a alteração proposta por V. Exa., porque ela , Ver. Pedro Américo Leal, vem
propiciar um maior debate nesta Casa. Se existe uma Bancada que é prejudicada
nos debates, nesta Casa, é a Bancada do Partido dos Trabalhadores.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Pelo encaminhamento do seu
raciocínio, sei que V. Exa. quer chegar a uma conclusão. É da portentosa
Bancada do Partido dos Trabalhadores a necessidade de mais oradores nos
períodos de Liderança. Chamo a atenção de V. Exa. que fala o Líder pela
Bancada, tenha ela com 1, 2, 3 ou 15 Vereadores. V. Exa. não esqueça isso.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver.
Pedro Américo Leal, se temos esse número de Vereadores, é porque representamos
uma ponderável parcela de porto-alegrenses que precisam exprimir a sua voz,
através da democracia representativa que defendemos. Na verdade, essa postura
vai contra a democracia representativa, porque uma parcela ponderável dos
porto-alegrenses, que nos elegeram, ficam sem poder colocar a sua voz, porque,
por uma deficiência do Regimento, apenas podemos ter uma Comunicação de Líder.
Fiz essa observação, Ver. Pedro Américo Leal, no sentido de dar a nossa
concordância com a proposta do Ver. Cláudio Sebenelo, mas não com as razões que
ele apresenta a sua proposta, porque, mesmo antes, quando tínhamos quatro
Vereadores inscritos para discutir o Projeto de Lei Orçamentária, a ordem não
era do partido maior, mas dos parlamentares que chegassem em primeiro lugar e
fizessem a sua inscrição. Os três Vereadores do PSDB, por exemplo, poderiam
ocupar três vagas, se chegassem no início da Sessão, mas mesmo assim, com essas
considerações, com o mérito da proposta, mas não com as razões, vamos aprovar a
proposição. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Apregoamos
um Ofício recebido, neste momento, do Sr. Prefeito Municipal, que diz o
seguinte: “Sr. Presidente, comunico que o Vice-Prefeito José Fortunati se
ausentará do Município, a partir das 20h30min, do dia 11.05.99, retornando no
dia 13.05.99, à noite, para representar, no Encontro Nacional de Municípios, em
Brasília, Distrito Federal. Esta viagem será com ônus para o Executivo
Municipal. Segue em anexo maiores informações sobre o evento. Atenciosas
saudações, Raul Pont, Prefeito.”
Apregoamos o Requerimento de
retirada de tramitação da Emenda nº 1 ao Projeto de Resolução nº 040/98, que
está em discussão. O Requerimento é assinado pelo Ver. Guilherme Barbosa, Líder
do PT.
O Ver. Cyro Martini está com
a palavra para discutir o PR nº 40/98.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Este debate que se trava acerca da proposta
formulada pelo Ver. Cláudio Sebenelo vem ao encontro de expectativas, de
anseios desta Casa. Não há dúvida alguma. O número de quatro Vereadores para
debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias, sobre o Plano Plurianual e sobre o
Orçamento, apenas quatro, de fato, o número é muito reduzido. O número
correspondente a seis oportunidades, a seis manifestações, parece-me mais
adequado, embora não seja aquele que satisfaça plenamente. A oportunidade deve
ser dada a todos para se manifestarem.
É verdade, Sr. Presidente,
que, sendo cinco Sessões referentes à discussão sobre matéria orçamentária, ela
oportuniza, hoje, vinte; e, no futuro, com a aprovação desta proposta, nós
teremos trinta manifestações. Ainda não é o ideal, mas se aproxima do ideal. E
o tempo de dez minutos me parece mais acertado do que o de quinze minutos.
Por isso, nós vamos, nesse
sentido, aprovar a proposta do Ver. Cláudio Sebenelo. E quanto mais se discutir
a respeito da matéria orçamentária, parece-me que vamos acendendo mais luzes,
através das quais se possa ver melhor essa questão.
Quando vemos discussões que
se travam sobre o que deve ser prioritário em matéria de Administração
Municipal, Estadual ou Nacional, questões como educação, saúde, regularização
fundiária, moradia, buscam, através das diversas manifestações e do voto
daqueles que participam, seja deste Plenário ou de plenário nas comunidades, Orçamento
Participativo ou outra, conquistar a prioridade. De fato, educação, saúde,
regularização fundiária, moradia, pavimentação, saneamento básico são questões
de extrema e capital importância que merecem prioridade. Quando vamos cobrar e
exigir do Sr. Governador segurança pública a exigimos como sagrado direito de
cidadão, não há dúvida. Se perguntarmos pelas esquinas, nas associações, nos
bares qual a prioridade, qual o anseio maior da comunidade? Tenho certeza de
que muitos responderão que, excluído o desemprego e esses problemas todos
referentes a essa questão gravíssima do emprego, a prioridade deve ser a
segurança. Mas, nas plenárias, outras prioridades ganham mais destaque.
Por isso, essas discussões
são de extrema importância para colocar questões como as pertinentes à
segurança. Queremos que ela seja prioritária ou não? Essa é uma indagação que
fica, embora não seja de relevância na Administração Municipal, mas é de
relevância de qualquer sorte. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação nominal a prorrogação desta Sessão por duas horas. (Pausa.) (Após a
chamada.) APROVADA, por 9 votos SIM e 7 votos NÃO.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para discutir o Projeto de Resolução nº 40/98.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quando me inscrevi para falar sobre esta matéria
ainda existia a Emenda nº 01. Era sobre ela que eu pretendia tecer alguns
comentários, mas a decisão altamente elogiável da Bancada do Partido dos
Trabalhadores de retirar a Emenda e propiciar um entendimento em torno do
Projeto propriamente dito e da nova redação contida na Emenda nº 02, fez com
que a nossa intervenção ficasse comprometida sobre esse aspecto. Felizmente,
comprometida, porque ela nos dá a tranqüilidade de acompanhar a maioria da
Casa, que se inclina pela aprovação do Projeto de Lei proposto pelo Ver.
Cláudio Sebenelo e que, depois de exaustivos debates, termina com esse
entendimento para o qual, repito, contribuiu fortemente a Bancada do Partido
dos Trabalhadores; razão pela qual quero, publicamente, cumprimentá-la por essa
demonstração de abertura. que possibilita o entendimento em torno de uma série
de matérias, entre as quais essa discussão do Regimento da Casa, que vem
propiciar o consenso na Casa - não é
Ver. Pedro Américo Leal? - para que se tenha as soluções que sejam as mais
adequadas, não à Bancada do Partido dos Trabalhadores, não à oposição mas ao
conjunto da Casa, que deve ter o melhor instrumento à sua disposição na busca
da qualificação, do aprimoramento, do grau de conseqüência do debate que aqui
nesta Casa tem que ocorrer, no interesse da cidadania, no interesse da
população, no interesse da comunidade, no interesse da Cidade, enfim, de toda a
sociedade de Porto Alegre. Por isso, Sr. Presidente, nesse apagar das luzes,
quando é óbvio que nós vamos levantar os trabalhos, eu simplesmente aproveito a
inscrição que me havia sido assegurada anteriormente para justificar por que
não vou mais fundo no Projeto de Lei, já que eu entendo que o mesmo foi devidamente
discutido, devidamente debatido e está apto, por conseguinte, a receber a nossa
aprovação. Era isso, Sr. Presidente.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Não há
mais oradores inscritos.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão, e convocamos os Senhores Vereadores para uma
Sessão Extraordinária, quarta-feira, às 9 horas da manhã, para a votação da
situação da Vereadora Annamaria Gularte.
(Encerra-se a
Sessão às 18h17min.)
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